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Prefeitura apresenta plano para construção de quatro piscinões

Guarulhos, 10 de dezembro de 2009

Desde as cheias dos rios Baquirivu-Guaçu e Tietê por conta das fortes chuvas de segunda e terça-feira, o debate sobre a falta de piscinões na cidade veio à tona. Há 11 anos, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daae), órgão vinculado ao governo do Estado de São Paulo, elaborou um Plano Diretor de Macrodrenagem do Alto Tietê (Pdmat).

Pela proposta, Guarulhos deveria ter 32 reservatórios de contenção de água de chuva. Até hoje, nenhum deles foi construído. Em contra-partida, o prefeito Sebastião Almeida apresentou quatro projetos de macrodrenagem ao Ministério das Cidades neste ano.

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Obras, os projetos foram aprovados do ponto de vista técnico. No entanto, ainda não foi definida a liberação de recursos pelo governo federal para a execução das obras que constam o Pdmat. A Pasta não informou à reportagem do Guarulhos Hoje o valor de cada piscinão, locais onde serão construídos e volume de água que receberão.

O GH questionou o Daae sobre os motivos pelo qual o governo do Estado não construiu nenhum piscinão em Guarulhos em uma década e se há previsão de recursos para este fim nos próximos anos. Entretanto, a autarquia estadual declarou que não teria condições de responder aos questionamentos ontem. O Pdmat abrange as bacias dos rios Tamanduateí, Aricanduva, Tietê, Ribeirão Vermelho, Médio Juqueri, Baquirivu-Guaçu e Pirajuçara.

Dos 131 piscinões previstos pelo Daae no estado, apenas 20 foram construídos. Outros nove estão em obras. Em defesa ao governo estadual, o líder da Oposição na Câmara Municipal, Geraldo Celestino (PSDB), minimizou a falta de investimentos na cidade para reservatórios.

“A natureza é cruel e o volume das chuvas que caiu na semana iria trazer inundações independente de qualquer coisa. Acho que é impossível resolver esse problema.”

Celestino destaca que o Parque Várzeas do Tietê pode ser uma solução para as enchentes que atingiram os moradores da Vila Any e deixou cerca de 150 pessoas desalojadas. Pela proposta, será criado um parque na área de vazão do rio, para evitar enchentes. As pessoas que vivem próximas ao Tietê serão realocadas para outros locais.

As obras do complexo que terá cinco núcleos na cidade devem ter início em 2011. Para o vice-líder o PT no Legislativo, Edmílson Souza, a construção de piscinões pode somente amenizar o problema das enchentes na cidade.

“É necessário respeito ao meio ambiente, com o assoreamento dos rios e córregos, além da retirada da ocupação irregular.” Ele não demonstra ânimo em relação ao Parque Várzeas do Tietê. “O governo do Estado não mostrou o projeto. Dependendo do que será feito, pode até piorar a situação.”