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Passagens: Câmara vai investigar 44 servidores e 2 deputados

Guarulhos, 07 de agosto de 2009

O corregedor da Câmara, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), afirmou nesta quinta-feira que a investigação preliminar conduzida pela Diretoria-Geral da Câmara apontou evidências da participação de 45 funcionários da Casa (um deles já morto) na venda de passagens aéreas da cota de deputados e indícios da participação de dois deputados – Eugênio Rabelo (PP-CE) e Paulo Roberto Pereira (PTB-RS).

“É um relatório intenso, que evidencia, de forma inequívoca, que havia uma máfia atuando na venda de passagens da Câmara”, afirmou ele.

No que diz respeito aos deputados, o corregedor ressaltou que há apenas indícios, não evidências. Segundo ele, esses indícios são suficientes para a abertura de uma sindicância que será conduzida, a partir da próxima semana, por uma comissão de cinco deputados:

– o próprio corregedor;
– o 3º secretário, Odair Cunha (PT-MG), que é responsável pelas passagens;
– três integrantes da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania: Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), Marcelo Ortiz (PV-SP) e Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP).

Durante os trabalhos, se houver indícios da participação de outros deputados, estes também serão investigados pela comissão de sindicância.

O corregedor confirmou informações publicadas pela imprensa, de que vai pedir diligências a respeito de outros parlamentares, cujos nomes não divulgou. Ele apenas confirmou três nomes já divulgados pela imprensa: Roberto Rocha (PSDB-MA), Veloso (PMDB-BA) e Márcio Junqueira (DEM-RR).

Servidores – Quanto aos servidores, serão abertos 44 processos administrativos disciplinares. Dos 44 envolvidos, apenas 23 ainda trabalham na Câmara. O corregedor vai sugerir que sejam exonerados imediatamente. A decisão de exonerar ou não caberá aos deputados que os empregam.

Dos 45 servidores envolvidos, um é efetivo, quatro são ocupantes de cargo de natureza especial (CNEs) e 39 são secretários parlamentares.