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País tropical precisa ter uso racional do ar-condicionado

Guarulhos, 03 de fevereiro de 2009

Apesar do clima tropical, no Brasil apenas 10% das 58 milhões de residências possuem ar-condicionado instalado. No ano passado, a estimativa é que 600 mil novos equipamentos foram produzidos. Já para os ventiladores residenciais, equipamentos mais populares, não há estimativas de produção.

Apesar de terem a mesma finalidade, os especialistas dizem que, antes de optar por um desses aparelhos, é preciso levar em consideração a necessidade do ambiente. “Há cidades que têm dias quentes durante todo o ano. Nesse caso, o ar-condicionado é o mais indicado. Em outras, o tempo é quente durante período menor. A indicação é o ventilador. Ele não refrigera o ar, mas ajuda a acabar com o calorão”, diz o engenheiro e consultor da Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento), Osvaldo Bueno.

Além disso, é indispensável notar as diferenças de características entre os dois tipos de equipamentos. Em termos de consumo de energia, o ar condicionado significa despesa muito maior. É necessário planejar o espaço onde ele será instalado, o número de pessoas que frequenta o ambiente, além dos períodos de incidência do sol, para calcular a potência necessária. O ventilador apenas movimenta o ar que já está no ambiente. Para calcular a diferença do gasto de energia entre o ar-condicionado e o ventilador, segundo o coordenador de Uso Final e Aplicação de Energia da AES Eletropaulo, Fernando Bacellar, é necessário identificar qual a potencia (em kilowatts) do equipamento utilizado, multiplicar pelo numero de horas de funcionamento no mês e finalmente multiplicar pelo preço médio da energia.

Simplificando, um ar condicionado de 12 mil BTUs (sigla da unidade de potência, vinda de British Thermal Unity), que produz uma tonelada de refrigeração, exige 3,5 kilowatts. “Esse aparelho gasta, em média, R$ 150 por mês, enquanto o ventilador fica em um décimo desse valor”, diz Bueno. Para ele, nem sempre um equipamento mais potente é a melhor alternativa.

Para evitar gastos, a primeira dica é usar o aparelho apenas quando necessário, desligando-o quando não houver pessoas no ambiente. Outro cuidado é com a instalação – evitar colocar o equipamento próximo de fontes quentes ou onde haja incidência de radiação solar direta. Também devem ser feitas as manutenções de limpeza com a freqüência recomendada. “Enquanto o ventilador requer só água e sabão, o ar-condicionado deve ter o filtro limpo a cada 30 dias para evitar contaminações.”

Ranking – O Brasil já ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de aparelhos de janela no segmento, atrás apenas dos Estados Unidos e Índia, e em nono lugar em splits (equipamento com duas unidades separadas, mais silencioso e com controle remoto). Há dez anos, o País tinha uma base instalada de 94% de aparelhos de janela e 6% de split. Em 2007, o quadro se inverteu, com 60% do mercado representado pelos splits e 40% por aparelhos de janela. Nos últimos dez anos, a produção de aparelhos de janela cresceu 40% e dos splits, 1.621%. A Abrava projeta que o Brasil passe a ser o sexto maior fabricante de splits em cinco anos.