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Falta de produto gera perdas no varejo

Guarulhos, 28 de março de 2008

A falta de produtos nas gôndolas dos supermercados causa perda de até 30% no faturamento. Segundo estudo do professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (Eaesp) Mauro Sampaio, a média de ruptura (termo técnico para designar falta de produto) chega a 8,3%, o que representa indisponibilidade de 2.490 itens em uma loja com 30 mil tipos de produtos. Quando a mercadoria procurada pelos consumidores está em promoção, o percentual salta para 17,3%, mostra o levantamento.

O trabalho constatou redução de 5% nas vendas por causa da ruptura nas redes supermercadistas no País. Aproximadamente 40% dos consumidores que não encontram o produto trocam de supermercado. Outros 40% aceitam experimentar outra marca e 20% adiam a compra.

É comum a falta de itens que têm muitas versões, como os produtos de higiene e beleza. Na avaliação do superintendente da Associação ECR Brasil, Cláudio Czapski, é importante que o varejo faça uma análise mais apurada sobre a necessidade de ter gôndolas tão variadas. “O mais importante é saber qual a real necessidade do cliente. Não adianta ter 30 tipos de mel em uma prateleira se a demanda não suportar”.

A falha no reabastecimento das gôndolas é uma das mais freqüentes causas de falta de produtos. “O problema está no espaço entre a retaguarda e a prateleira”, diz Czapski.

Quando os fornecedores se unem ao varejo é possível reduzir a falta de produtos nas lojas. No grupo Wal-Mart, por exemplo, se o cliente não encontrar algum item do setor de eletroeletrônicos que esteja no catálogo, o consumidor pode receber o produto em casa. “Fazemos isso em casos de bens de maior valor agregado. Ainda não encontramos uma fórmula para suprir a falta de itens menores, como uma lata de óleo, por exemplo”, diz o vice-presidente do Sams Club Brasil, José Rafael Vasquez. Ele não revela o índice de ruptura da empresa, mas garante que está abaixo da média de 8,3%.

Outras redes supermercadistas, como o Carrefour e o Grupo Pão de Açúcar, perguntam aos consumidores no ato do pagamento se eles estão satisfeitos e se havia algum produto em falta na loja.

Perdas
– A ruptura não é o único problema enfrentado pelo setor. Em 2006, a quebra de produtos foi identificada por levantamento feito pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) como a principal causa das perdas no varejo supermercadista do País (42,5%). Já os furtos internos e externos representam 36,7% desse prejuízo das redes de supermercados. O índice médio de prejuízos caiu de 2,05% em 2005 para 1,97% no ano seguinte, apresentando uma ligeira recuo de 0,08%.