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BC alerta: é época de notas falsas no comércio

Guarulhos, 21 de novembro de 2007

Com a aproximação do Natal, o comerciante deve ficar atento à possibilidade de receber dinheiro falso. O Banco Central (BC) registrou aumento de 49,03% na apreensão de cédulas falsas em 2006, em relação a 2005. Em dinheiro, o volume passou de R$ 15,5 milhões para R$ 23,1 milhões. Desse modo foi revertida a tendência de queda observada entre 2004 e 2005, quando a apreensão caiu de R$ 16,5 milhões para R$ 15,5 milhões.

“O crescimento do ano passado não é expressivo, se considerarmos que o volume de moeda em circulação também aumenta com o passar dos anos na mesma proporção”, disse o chefe do Departamento do Meio Circulante do BC, João Sidney de Figueiredo Filho. Segundo ele, é fundamental que as pessoas fiquem atentas, em especial os comerciantes de São Paulo, as principais vítimas. Aqui ocorrem 60% das apreensões. “É preciso prestar atenção principalmente em datas de grande movimento comercial, como Natal, Páscoa, Dia dos Namorados, etc.”, diz Figueiredo Filho.

Pela ordem, as notas mais falsificadas são as de $ 50 (56,2%), R$ 10 (27,9%), R$ 20 (8,3%), R$ 5 (6,9%) e a de R$ 100, com apenas 0,7%.

Perita criminal plantonista de manhã na Polícia Civil de São Paulo e auxiliar de vendas da loja do marido, à tarde, Leda Sanjar conhece o sufoco do comerciante. A loja do casal, de aparelhos elétricos, na Rua Santa Ifigênia, é alvo constante de tentativas de golpes com dinheiro falso.

“Por mim, não passa. Aconteceu uma vez, muitos anos atrás. Hoje, quando aparece, eu inclusive apreendo a nota”, diz a comerciante.

Ela constata também, toda vez que chegam datas especiais de compras, um aumento na procura de máquinas de verificação de dinheiro. “Nessas datas, principalmente os pequenos comércios dos bairros começam a receber as notas falsas. Depois de duas ou três vezes, o comerciante procura a máquina”, diz Leda. O equipamento custa R$ 60. Sob uma luz negra aparecem, nas notas verdadeiras, filamentos prateados espalhados pelo papel.

A falsificação de moedas, segundo o BC, está em franca queda. A maior onda de falsificações aconteceu em 2003, quando foram apreendidas 342.038 unidades. No ano passado, foram apenas 739. O baixo “valor agregado” da falsificação justifica a queda.

Sem troca –
O Banco Central lembra que as notas falsas não são trocadas. O BC apenas examina se elas são verdadeiras ou não. A falsificação de moeda é crime previsto pelo Código Penal, com pena de três a 12 anos de detenção.