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Contribuição da indústria no PIB é fundamental

Guarulhos, 24 de setembro de 2007

A indústria e os investimentos terão, novamente, contribuição decisiva para o Produto Interno Bruto (PIB) no segundo semestre, segundo avaliam analistas

O economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Edgard Pereira, acredita que a indústria terá um comportamento parecido com o bom desempenho apresentado nos seis primeiros meses deste ano, “com algum ajuste”.

O único fator que preocupa, segundo ele, é uma “parada” no corte da taxa Selic. Ele estima uma expansão da produção industrial entre 5% e 5,5% no acumulado de 2007, o que levaria a um crescimento, também anual, de 5% no PIB industrial. “Um indicador um pouco menor do que no segundo trimestre, mas é elevado”, observou. No segundo trimestre deste ano, antes igual período de 2006, o PIB da indústria aumentou 6,8%.

Pereira disse que os fatores que estão impulsionando a indústria que são a expansão do crédito e o aumento da renda média disponível deverão prosseguir no segundo semestre. A preocupação, segundo ele, é com a sinalização do Banco Central (BC) de que poderá interromper a trajetória de corte da taxa Selic. Para ele, essa mudança, se ocorrer, poderá reduzir o entusiasmo dos investidores. Além disso, poderá tornar a demanda interna mais vulnerável a um virtual cenário de desaceleração da economia mundial.

Bráulio Borges, economista da LCA Consultores, disse que a expectativa é de que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, que mede os investimentos no PIB) tenha continuado a se expandir “de maneira muito forte” no terceiro trimestre. “Não significa que haverá uma aceleração, mas uma manutenção do patamar de crescimento”, disse.

A LCA estima um aumento de 12% na FBCF no terceiro trimestre deste ano antes igual período do ano passado. No segundo trimestre, houve uma expansão de 13,8% na comparação com igual período do ano anterior.

De acordo com Borges, são vários os fatores que mantêm o investimento em alto patamar de crescimento. Ele explicou que a queda das taxas de juros tem um efeito importante nesse indicador, já que os investidores fazem um cálculo comparativo entre o retorno do investimento produtivo ou da aplicação em títulos públicos. Com os juros em queda, optam pela primeira alternativa.

Além disso, segundo Borges, o câmbio está permitindo “um barateamento muito grande” dos bens de capital, tanto os importados quanto os produzidos no mercado interno. “Esse é um fator muito importante para a decisão de investir, já que os bens de capital são um dos principais custos do investimento”, disse.

Para a indústria, outro motor, junto com a FBCF, do PIB do primeiro semestre, Borges estima que a tendência é de manutenção do crescimento da produção, mas “sem aceleração adicional”.