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Shoppings contratarão 10% mais temporários

Guarulhos, 21 de setembro de 2007

As vagas temporárias no comércio terão um aumento de 10% neste Natal em relação ao ano passado por conta do aquecimento da economia

A estimativa é da Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop), que prevê a criação de 93 mil vagas temporárias em 76.922 lojas espalhadas por 622 shoppings do Brasil. Em 2006, foram criadas 84,4 mil vagas. O crescimento também pode ser explicado pela abertura de 18 centros de compras no Brasil.

Nabil Sahyoun, presidente da entidade, disse que, além do aumento da concorrência, o crescimento dos centros comerciais estimula a qualidade dos serviços e produtos oferecidos. “A maioria dos shoppings investe em obras de melhoria e na ampliação do número de lojas. Com isso, há uma grande oferta de mão-de-obra mais qualificada”.

A boa notícia é que o emprego temporário pode se tornar definitivo. Uma parte dessas pessoas, se trabalharem bem, pode começar 2008 com emprego garantido. “A possibilidade de o empregado temporário passar para o quadro fixo das empresas pode chegar a 30%”, disse Sahyoun.

A Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem) destaca que a intensificação das ações de fiscalização no combate à informalidade contribuirá para a expansão das contratações temporárias. “Devemos registrar um aumento nos índices de formalidade neste ano, com registro na carteira de trabalho e com todos os direitos trabalhistas”, disse o diretor de comunicação da associação, Vander Morales.

Só em São Paulo, os shoppings e comércio de rua deverão abrir 40 mil vagas temporárias neste final do ano. Segundo levantamento do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, isso representa um incremento positivo que pode variar de 8% a 12% ante o mesmo período do ano passado. O grupo Pão de Açúcar, por exemplo, pretende abrir 5.500 vagas no país, sendo 4 mil só em São Paulo.

Para o presidente do sindicato, Ricardo Patah, o Natal é uma oportunidade para os jovens que estão em busca do primeiro emprego. “Do total de contratados, 60% são jovens entre 22 e 27 anos”, afirmou. A redução do quadro de funcionários do comércio no inverno, por conta do fraco desempenho das vendas, não intimida as boas expectativas. “Nós registramos algumas demissões e uma reestruturação no quadro de funcionários no período do inverno, mas foi um comportamento sazonal”, afirma Patah.

O economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri, pondera que o “único” problema que pode prejudicar as contratações natalinas deste ano é a crise internacional provocada pelo mercado hipotecário dos Estados Unidos. “Hoje, parece que há uma trincheira lá fora. Os bancos centrais já atuaram e vão tentar segurar a crise. Por enquanto, não fomos sacrificados”, destacou. “Em 2006, foi registrado um número elevado de demissões, mas hoje a demanda está um pouco maior e a tendência é que os temporários sejam absorvidos”, acrescentou.