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Marcas concedidas pelo INPI podem ser ilegais

Guarulhos, 29 de agosto de 2007

As marcas que estão sendo concedidas pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) poderão ser consideradas ilegais, segundo a Associação Brasileira de Propriedade Intelectual (ABPI). De acordo com a associação, o motivo seria a adoção de um exame simplificado, que começou a ser utilizado pelo INPI em abril do ano passado

Ao todo, cerca de 200 mil marcas já teriam sido concedidas por meio do exame simplificado, cujo objetivo seria apressar o processo de concessão de marcas, que a ABPI considerava “lento”. O prazo para a concessão, que antes era de seis anos, já teria caído para quatro.

Segundo o presidente da ABPI, Gustavo Leonardos, o exame simplificado foi criado por uma instrução de serviço interna (ordem por escrito passada para funcionários). E ela não foi publicada na Revista do INPI, que corresponde ao Diário Oficial, e sequer foi comunicada a órgãos como a própria associação.

Leonardos disse que, ao “simplificar” alguns procedimentos, parte dos trâmites para análise de processos estaria deixando de ser feita, e isso “ameaça a segurança jurídica dos titulares do direito, que passam a ficar expostos à violação de suas marcas”.

A ABPI defendeu “a contratação de mais funcionários para dar rapidez ao processo de concessão de marcas” e pediu a anulação do exame simplificado durante o 27º Seminário Nacional de Propriedade Intelectual, que terminou ontem no Rio de Janeiro

Segundo o procurador-chefe do INPI, Mauro Maia, “não existe nenhuma possibilidade de ameaça sobre as marcas concedidas”. De acordo com ele, o chamado exame simplificado não descumpre nenhum aspecto da legislação sobre a concessão de marcas.

Antes da adoção do exame simplificado, existiam 600 mil pedidos de marcas atrasados, à espera de análise. (AE)