Aposentadoria tem que mudar para incluir idosos no mercado
O envelhecimento populacional, observado principalmente nas nações mais desenvolvidas, sugere uma mudança no conceito de aposentadoria e imporá mais um desafio aos governos e a sociedade: o estabelecimento de políticas que permitam a inclusão da mão-de-obra com idade superior a 60 anos. Essa é um das conclusões da pesquisa “O Futuro da Aposentadoria”, realizada pelo HSBC em 21 países.
O estudo do HSBC mostra que 86% dos pesquisados com idade acima de 70 anos sentem-se bem de saúde e que essa faixa populacional continua a contribuir para a economia, seja com o trabalho remunerado ou voluntário. Segundo o levantamento, cada vez mais os idosos sentem-se saudáveis e, portanto, dispostos a trabalhar. “Por isso, é necessário que tenhamos políticas específicas para esse grupo, que contribui de forma relevante para a economia”, afirma Richard Jones, responsável pela área de aposentadoria do HSBC em Londres, que ainda ressalta os efeitos negativos sobre a força de trabalho gerados pelo envelhecimento.
O estudo do HSBC mostra que 86% dos pesquisados com idade acima de 70 anos sentem-se bem de saúde e que essa faixa populacional continua a contribuir para a economia, seja com o trabalho remunerado ou voluntário. “No caso do Brasil, o trabalho voluntário é feito mais dentro das próprias famílias e, por isso, não parece tanto nas estatísticas”, diz o diretor geral da HSBC Vida e Previdência, justificando o porcentual de 10% dos brasileiro com mais de 70 anos que desempenham esse tipo de atividade – a média mundial é de 20% .
Outro dado relevante da pesquisa, segundo os executivos do HSBC, diz respeito ao grau de independência dos aposentados. Para eles, é um erro colocar esse grupo como um ônus social, pois as estatísticas demonstram que os idosos, atualmente,
contribuem mais do que recebem da sociedade. “É preciso reconhecer os benefícios dados pelos mais velhos. É verdade que
existe algum grau de dependência (do Estado), mas ele não tem aumentado, apesar de ter crescido o porcentual de pessoas com mais de 60 anos”, analisa Jones.
Situação no Brasil
Com relação ao Brasil, um dado em particular demonstra o quão independente os aposentados são. De acordo com o estudo,
entre os brasileiros aposentados, 60% não estão preocupados com a falta de dinheiro. Além disso, 89% dos idosos com mais de 70 anos possui trabalho remunerado, sendo que esse porcentual sobre para 50% entre as pessoas com idade entre 50 e 59 anos.
“Nós temos, cada vez mais, pessoas saudáveis, independentes e com disposição para trabalhar e aproveitar a vida”, diz Teixeira, que pede políticas específicas para que esse grupo possa voltar a ocupar um lugar de destaque no mercado de trabalho. “Os 70 anos são os novos 50”, conclui.
