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Vaidade masculina: empresário cria salão exclusivo para homens

Guarulhos, 15 de maio de 2007

Quem diz que lugar de homem não é no salão de beleza ainda não conhece a Garagem Barbearia e Estética, em Moema. No endereço, são atendidos apenas homens – mulher até pode entrar, mas tem que ficar esperando no bar enquanto o companheiro cuida da beleza. Ao contrário dos salões freqüentados por elas, as revistas disponíveis para os clientes folhearem são relacionadas a carros e motocicletas, publicações semanais de notícias e, claro, revistas masculinas. Aquelas que mostram como vivem os ricos e famosos também estão lá, mas o proprietário Enrico Damasceno Montes jura que seus clientes não querem saber da vida alheia.

“O salão pode estar cheio e mesmo assim o ambiente é quieto. Aqui, ninguém fofoca. É diferente do salão de mulher, onde todo mundo conversa e amizades nascem naturalmente”, acredita ele, que é publicitário e tem 29 anos.

Seis anos atrás, a casa na Rua Agami, 183, era um salão comum, unissex, da mãe de Montes. Um dos clientes, então, teve a idéia de investir em um negócio voltado para a vaidade masculina e juntou-se a Fernanda, irmã de Montes, para criar o Garagem, em 2001. Mas uma oportunidade de trabalho no Rio de Janeiro fez com que ela se mudasse. Montes acabou assumindo o negócio e, seis meses depois, comprou a parte do sócio.

Nos últimos três anos, os resultados dos primeiros investimentos começaram a aparecer e, hoje, a carteira de clientes tem mais de 3 mil nomes. “É uma clientela fiel, das classes A e B. São homens que querem ser bem atendidos, não perguntam o preço de nada. Tem gente que passa o cartão de crédito e nem vê qual foi o valor.” E a conta, muitas vezes, é alta.

Apenas para cortar o cabelo, o homem gasta R$ 49. Fazer as mãos, mais R$ 18. Uma sessão de shiatsu (massagem) de uma hora, outros R$ 100.

“A maioria dos clientes faz duas, três coisas a cada visita”, diz Montes. Quem fizer quatro serviços têm 10% de desconto. Durante a semana até quinta-feira, o Garagem realiza de 70 a 80 serviços por dia. Nas sextas-feiras, de 80 a 90. Nos sábados, cerca de 110 serviços. Quase todos os 23 funcionários são mulheres. A exceção são os cabeleireiros e os manobristas.

Franquias

No começo do ano passado, Montes notou um aumento considerável no número de e-mails perguntando se iria abrir novos salões, ou se teria franquias. O publicitário e empresário, então, associou-se à Associação Brasileira de Franchising e contratou a Francap para cuidar da seleção dos franqueados e escolher os novos pontos. “Já tivemos cerca de 900 consultas de pessoas que manifestaram interesse no negócio.”

Uma franquia com 150 metros quadrados custará entre R$ 175 mil e R$ 200 mil. “Aqui, nosso salão em Moema, tem 380 metros quadrados, mas com 150 metros dá para atender bem.” Montes não pensa em abrir um segundo endereço próprio porque acha que
o controle das franquias “já vai dar trabalho”. Ele espera que o faturamento, que cresceu 30% ao ano nos últimos três anos, aumente com a abertura de novas casas. “Calculo que, pelo menos, cinco franquias vão ser abertas ainda neste ano.”

Montes agradece à mídia por, nos últimos tempos, ter falado tanto em metrossexualismo e no homem moderno. Se dependesse do boca a boca para divulgar o espaço, diz ele, estaria perdido. “Homem não sai por aí dizendo que tingiu os cabelos brancos ou a barba.”