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Deficientes trarão R$ 5 bilhões ao comércio

Guarulhos, 20 de abril de 2007

Entre os 25 milhões de portadores de algum tipo de deficiência no país, entre 11 e 13 milhões apresentam potencial de inclusão imediata no mercado consumidor, como conseqüência da legislação de cotas (em empresas com mais de 1 mil funcionários, 5% dos quadros devem ficar disponíveis a deficientes). Para o comércio, o resultado seria o ingresso de R$ 5 bilhões nos próximos 5 anos. A projeção é de Fernando Ruibal Solla, diretor de negócios da TechAccess, que deu a palestra Como preparar o comércio para atender 25 milhões de brasileiros com necessidades especiais.

“Além da questão de responsabilidade social, investir em acessibilidade representa uma oportunidade de ganho econômico. Há diversas tecnologias disponíveis, que vão de um elevador a recursos de digitais de interação, como máquinas com Reconhecimento de Fala (que obedecem a comandos verbais), ou dispositivos com síntese de voz (que “lêem” textos escritos)”, menciona Solla.

“No Brasil, os equipamentos mais avançados ainda são caros para os usuários”, admite. “Mas o comércio pode fazer adaptações e criar alternativas para atendimento público”, pondera o executivo.

Solla observa que junto à inclusão no mercado de trabalho há uma tendência de elevação do nível de escolaridade dos deficientes. “Enquanto se tentava resolver o problema na base do assistencialismo, a roda girava devagar. Agora se tem um caminho que beneficia o cidadão, a família e o entorno econômico, que inclui o comércio varejista”, avalia.

Prioridades – Mesmo nas lojas criadas nos conceitos mais modernos de acessibilidade, não se encontram todas as tecnologias adequadas aos diversos tipos de necessidades especiais. “A tecnologia ainda é cara. Por isso, é preciso um estudo criterioso para ver o custo/benefício de cada iniciativa”, constata Solla.

De forma geral, o consultor recomenda um levantamento do perfil de público do estabelecimento, para apurar as prioridades dos portadores de deficiência. “Com a mobilização, teremos mais desenvolvimento pela indústria local e os custos permitirão irmos aumentando os níveis de acessibilidade”, prevê.