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Aluguel e serviços: novos vilões

Guarulhos, 21 de janeiro de 2011

Preços administrados como aluguel e serviços pessoais – entre eles cabeleireiro – prometem ser os novos vilões da inflação em 2011. Já os alimentos que puxaram os índices em 2010 devem passar por uma fase de arrefecimento ao longo do primeiro semestre. Ou seja, a expectativa não é de queda, mas que eventuais elevações nesse grupo sejam menos expressivas. Essa é a avaliação partiu de economistas consultados pelo Diário do Comércio.

“O IGP-10 (Índice Geral de Preços – 10) referente aos primeiros dez dias de janeiro mostra que o aumento nos preços dos alimentos já começa a perder força. No atacado, a alta foi de 0,6% ante 3,39% em dezembro. No varejo, a elevação atingiu 1,5 % ante 2,45% no mês anterior”, disse o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emilio Alfieri.

Segundo ele, a entrada da nova safra de grãos brasileira – entre fevereiro e março – deve colaborar ainda mais para esse processo de desaceleração dos itens alimentícios.

“Embora o cenário externo de alta nas commodities deva perdurar em 2011, já houve um arrefecimento nas cotações da carne bovina. O que pode ocorrer é uma pressão de itens in natura em virtude das chuvas”, afirmou o analista da Tendências Consultoria Integrada, Rafael Bacciotti. Na avaliação dele, tradicionalmente, a inflação costuma ser maior no primeiro trimestre em virtude de eventos como reajuste de tarifas de transporte público (janeiro), mensalidades escolares (fevereiro) e salário-mínimo (março).

O sócio-diretor da RC Consultores, Fábio Silveira, também estimou que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPC-A) irá subir de modo mais expressivo de janeiro a abril: alta de 0,7%. “Além da continuidade dos alimentos em patamares elevados nos primeiros quatro meses do ano, outros grupos de produtos como os administrados e os serviços pessoais também vão exercer pressão altista.”