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Emprego: estagnação na indústria

Guarulhos, 15 de janeiro de 2007

O emprego industrial registrou queda de 0,2% em novembro em relação a outubro, reforçando o quadro de estagnação na ocupação do setor, segundo mostram os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De janeiro a novembro do ano passado, o número de empregados no setor caiu também 0,2% ante igual período de 2005, o que para o economista André Macedo, da coordenação de indústria do instituto, revela um quadro de “estabilidade”. Segundo ele, o emprego não cresce porque os segmentos que mais contratam são os que apresentam os piores resultados na produção.

A folha de pagamento real na indústria registrou queda de 4,2% em novembro na comparação com outubro e aumento de 0,6% na avaliação em relação a novembro de 2005. “Provavelmente essa estabilidade (no emprego) ocorreu porque os setores mais empregadores sejam os que não estejam com resultados satisfatórios na produção, como os de vestuário e calçados”, avaliou.

Na comparação de novembro com igual mês de 2005, para a qual há dados setoriais, os ramos com queda mais forte no número de ocupados foram os de calçados e artigos de couro (-13%) e vestuário (-5,3%). Esses são exatamente os segmentos que vêm sofrendo mais com o câmbio, seja pela dificuldade de exportar ou a concorrência de similares importados e mais baratos.

Os economistas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) avaliam, em relatório, que o mercado de trabalho industrial em novembro mostra um “quadro desfavorável”. E concluem que, “com isso, o cenário de estagnação da ocupação da indústria se apresenta definitivamente como a marca registrada do ano de 2006”.

Para o Iedi, a justificativa para esse cenário desfavorável no ano passado é mais geográfica que setorial. Segundo o relatório, o desempenho do mercado de trabalho no acumulado de janeiro a novembro de 2006 “teria sido significativamente melhor se o restante do País acompanhasse a performance do centro industrial brasileiro da região Sudeste”.

No Sudeste, assim como em São Paulo, o emprego industrial cresceu 0,7% em novembro ante outubro. Por outro lado, no Sul, houve queda de 4,5%. Outra contribuição de queda no emprego da indústria veio do Nordeste (-1,1% de janeiro a novembro).