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Foi dada a largada para o Natal

Guarulhos, 03 de dezembro de 2006

Chegou a época do ano tão esperada por comerciantes e consumidores: o mês do Natal. Quem vende sempre espera faturar mais. Quem compra, com a primeira parcela do 13º em mãos, pode levar para casa os produtos que paquerou nas vitrines.

O final de semana passado foi o primeiro que os consumidores passaram com parte do abono no bolso – as empresas tinham até o dia 30 de novembro para fazer o pagamento. O resultado foi imediato: ruas e shoppings lotados de clientes com sorriso no rosto e muitas sacolas nas mãos. A volta do sol, depois de dias de tempo nublado e chuva forte em São Paulo, também ajudou.

A Rua 25 de Março, um dos maiores centros de compras a céu aberto do País, recebeu aproximadamente um milhão de pessoas no sábado. “Este final de semana foi apenas o começo da recuperação das vendas do ano. Ao longo dos dias de dezembro, o movimento não vai parar de crescer. A expectativa é de que este mês o faturamento seja 10% maior do que o registrado nas semanas que antecederam o Natal do ano passado”, afirma o presidente da União dos Lojistas da 25 de Março (Univinco), Miguel Giorgi Júnior.

Segundo ele, o diferencial desta vez é a ampliação das linhas de crédito oferecidas pelas lojas, que também permitem o parcelamento das compras nos cartões de crédito. “Além disso, a segurança nas dezesseis ruas da região será reforçada. Não queremos ver novamente as cenas de 23 de dezembro do ano passado, quando uma bomba explodiu na Rua 25 de Março, afugentando os consumidores.”

Shoppings – Nos shoppings, a situação não foi diferente. A maioria dos centros de compras alterou os horários de funcionamento para atender à crescente demanda.

No Shopping Ibirapuera, zona sul da capital paulista, os corredores ficaram lotados durante o sábado e o domingo. Os comerciantes ficaram animados com o grande fluxo de pessoas nos corredores, mas deixaram claro que o Natal ainda não começou para eles.

“Apenas no sábado registramos aumento de vendas de 20% em comparação com a semana anterior. Mas acredito que a maioria dos consumidores vai deixar as compras para a última hora. O movimento mais importante para o comércio deve acontecer mais para o fim deste mês, quando as pessoas recebem a segunda parte do 13º salário”, afirma a gerente da loja Opção, de modas masculina, feminina e infantil, Thaisa Menezes. Segundo ela, o tíquete médio no estabelecimento está em R$ 100.

A gerente da Pink & Co., loja especializada em roupas femininas, Jussara Bacca, afirma que o fluxo de pessoas aumentou 10%, mas que o faturamento não cresce na mesma medida. “Vamos trabalhar até às 23 horas todos os dias do mês, porque os clientes sempre tendem a deixar as compras para a última hora. Estamos apostando que os clientes apareçam para comprar os presentes só depois do dia 18”, afirma. “Por enquanto, as pessoas só querem experimentar as roupas. Mas estou há dezessete anos no varejo e acho que sempre foi assim”, afirma.

A gerente da Art Walk, loja de calçados no Shopping Ibirapuera, Vanessa Souza, diz que a prova de que a primeira parcela do 13º salário mexeu com as pessoas é o fato de a maioria ter comprado à vista.

Lista – A fonoaudióloga Rafaela Soderini visitou o Shopping Ibirapuera no sábado com as duas filhas, Luísa e Beatriz, e escolheu presentes para a família e para ela própria. Sem largar a lista de compras, Rafaela diz que não gosta de deixar nada para a última hora. “Recebi a primeira parcela do abono e já comecei a maratona de compras. Com mais uma visita ao shopping resolvo tudo”, espera.

Outra consumidora que passeava pelo shopping no sábado com muitas sacolas nas mãos era a secretária Meire Lima Silva. “Vou gastar, ao todo, R$ 500 com as compras de Natal. Escolhi muitas lembrancinhas para presentear a família e os amigos. A primeira parcela do meu 13º salário já foi. Mas a segunda parte vou reservar para uma poupança”, afirma.

O administrador de empresas Evandro Peixoto afirma que tem tranqüilidade para gastar parte do 13º porque as vendas na empresa em que trabalha estão indo bem neste final de ano. “Eu não tenho hábito de comprar presentes de Natal. Vou escolher alguns itens para mim.”