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E o Banco Central Europeu eleva os juros

Guarulhos, 17 de julho de 2006

A redução de 0,50 ponto percentual da taxa Selic nesta semana, se confirmada, vai na contramão do mercado mundial. Enquanto no Brasil o movimento é de queda, no resto do mundo a decisão é de aperto monetário. Vários países iniciaram, no começo de junho, uma rodada de alta dos juros nominais, depois de um bom período de estabilidade, como é o caso da União Européia e Japão.

O principal motivo da elevação dos juros é a escalada dos índices de preços, provocada pela demanda crescente ou por problemas internos, como déficit em conta corrente. “Em muitos países, a política monetária estava extremamente acomodada, com taxas em patamares muito baixos. É um movimento natural de crescimentos econômicos mais robustos”, afirma a economista da Mellon Global Investments, Solange Srour Chachamovitz.

Ela explica, no entanto, que cada país tem um motivo diferente para a decisão de aperto monetário. O Japão, por exemplo, decidiu elevar sua taxa para 0,25% ao ano, encerrando a política de juro zero adotada nos últimos cinco anos. O banco central do país julgou que a economia japonesa saiu da deflação e superou um longo período de desaceleração da atividade.

Da mesma forma, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu elevar a taxa de juro da Zona do Euro em 0,25 ponto percentual, para 2 75%, maior patamar em três anos. A justificativa para a decisão foi a ameaça à meta de inflação definida e a recuperação econômica bastante positiva. Para os dirigentes do BCE, é preciso promover um aperto monetário mais severo e evitar riscos inflacionários. ( AE )