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MP garante para 2006 correção da tabela do Simples

Guarulhos, 02 de janeiro de 2006

Uma medida provisória (MP 275) enviada pelo governo ao Congresso no último dia 30 vai garantir neste ano a duplicação dos limites para o enquadramento no Simples. A MP também determina as faixas de tributação para as micros e pequenas empresas, com limites de enquadramento mais flexíveis. De acordo com o ministro da Fazenda em exercício, Murilo Portugal, cerca de 180 mil empresas serão beneficiadas com a medida. A MP levará a uma renúncia fiscal de aproximadamente R$ 750 milhões anuais por parte da União.

IR menor – Murilo Portugal também adiantou que o governo está estudando a possibilidade de mudança na alíquota de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). A medida faz parte do esforço do governo em promover uma desoneração tributária seletiva. Portugal destacou que o governo tem dado prioridade a medidas de desoneração que gerem o maior retorno possível para a sociedade, principalmente em termos de aumento de investimentos e exportações e da capacidade de crescimento do PIB.

Para Portugal, a mudança da alíquota de IRPF “não é uma medida tão meritória quanto outras”. Em sua opinião, o imposto de renda no Brasil já tem um nível de isenção muito elevado – um dos maiores do mundo. Ele também disse entender que o IRPF faz justiça social ao cobrar impostos de pessoas com renda mais alta para que sejam oferecidos serviços públicos necessários a pessoas com um nível de renda mais baixo.

Simples – Na nova tabela do Simples contida na MP 275 são consideradas microempresas aquelas com receita bruta anual de até R$ 240 mil, o dobro do limite de até então. As alíquotas do imposto ficarão entre 3% e 5,40%. Para as pequenas empresas, a receita bruta considerada passa de R$ 240.001para R$ 2,4 milhões ao ano – antes era de até R$ 1,2 milhão -, com alíquotas de 5,80% a 12,60%.

Com a medida, que entrará em vigor neste mês, mais empresas poderão se beneficiar do Simples e pagar menos impostos. Além disso, acrescentou Portugal, quando uma delas deixar de se enquadrar no regime tributário porque cresceu muito, por exemplo, a diferença das alíquotas já não será tão pesada. Ele usou como exemplo uma empresa de comércio com faturamento acima de R$ 2,4 milhões ao ano, cuja folha de pagamentos responda por 50% da receita. Ela arcará com impostos com alíquota total de 16,4%, aproximadamente. “Fizemos uma espécie de rampa ao invés de degrau”, afirmou o ministro, referindo-se à transição de uma empresa do Simples para a tributação normal.

Divisão – Assinada na quinta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a MP também altera a divisão dos recursos do Simples para a Receita Federal. O fisco ficará com 40% do total e a Receita Previdenciária com 60%. Antes, a proporção era o contrário. O Simples rende aos cofres do governo cerca de R$ 10 bilhões por ano.

Portugal não soube informar quanto será a renúncia dos estados, que também recebem parcela do Simples. Em 2004, segundo Portugal, 1,807 milhão de empresas estavam enquadradas no Simples. Desse total, 88% eram micros. O faturamento anual total foi R$ 172,5 bilhões.

Imóveis – Também foi publicada no Diário Oficial de sexta-feira a Instrução Normativa nº 599, da Secretaria da Receita Federal, que regulamenta a isenção de Imposto de Renda para as pessoas físicas que pretendem vender imóvel residencial e prevêem comprar outro no prazo de 180 dias.

De acordo com a coordenadora geral de Tributação da Receita, Regina Barroso, o benefício será retroativo a 16 de junho, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a Medida Provisória que incluía diferentes desonerações fiscais – conhecida como MP do Bem.

Ela explicou que o vendedor de imóvel residencial fica, agora, isento dos 15% de IRPF cobrados atualmente sobre “ganhos de capital”. Contudo, alerta que o benefício se aplica apenas a uma única transação no prazo de cinco anos.

Bancos – O Banco Central acabou, a partir de hoje, com o limite, criado em 2002, de US$ 6 milhões para operações de compra de moeda estrangeira pelos bancos no País. Com isso, a autoridade monetária pretende conter o processo de valorização do real em relação ao dólar. ( Agências )