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Curso FGV vai capacitar empresas para receberem portadores

Guarulhos, 29 de julho de 2005

Com o objetivo de capacitar empresas que querem contratar profissionais com deficiência, a FGV Online e o Instituto Paradigma estão trabalhando juntos na elaboração de um curso à distância que deve ser lançado em novembro deste ano.

Alinhamento conceitual, desmistificação do homem – padrão X diversidade, definições e conceitos: acessibilidade e arquitetura universal, legislação vigente – normas e técnicas devem ser os temas tratados pelo curso. “O conteúdo educativo, que deve ser dividido em 4 módulos, é voltado inicialmente para empresas preocupadas com a acessibilidade e que têm como objetivo de criar ambiente e condição para que sejam produtivos”, explica o diretor executivo do FGV Online, Felipe Spinelli.

O curso vai ajudar as empresas a cumprir a Lei de Cotas (Lei Federal nº 8.213/91), que obriga companhias com mais de 100 funcionários a contratarem pessoas com deficiência – o número de contratados depende do número de empregados. O diretor executivo da FVG Online destaca que o curso deve auxiliar as empresas a criarem este ambiente propício para receberem os portadores de deficiência: “não basta simplesmente contratá-los, a empresa e seus funcionários devem recebê-los adequadamente”, completa.

“É importante que a partir dessa lei, as empresas tenham conhecimento que devem se preprar para receber esse público”, explica a responsável pela implementação do projeto no Instituto Paradigma, Ana Beatriz Thé Praxdes. O conteúdo programático, aliás, já fazia parte do portfólio do Instituto Paradigma, comprometida com a inclusão econômica e educacional de pessoas com deficiência. “Já oferecíamos esta capacitação como cursos presenciais, a FGV trouxe seu know how para a implementação da adaptação para o curso à distância”, explica Ana Beatriz.

Ainda segundo Ana Beatriz, o curso deve proporcionar uma transformação cultural e social dentro das empresas a partir da educação corporativa. Por esse motivo, como lembra, um dos pontos principais tratados no curso é quanto ao desenho universal (arquitetura que visa a acessibilidade de todos), além da preocupação com a comunicação e a inclusão digital. “O curso é destinado, a princípio gestores de RH, arquitetos, engenheiros que precisem conhecer as alternativas de acesso das pessoas com deficiência nas empresas, seja do ponto de vista comportamental ou do ambiente físico de trabalho. Mas qualquer interessado poderá concluir o curso, sem restrições”, completa.

O primeiro contato entre a entidade e a FGV Online, aconteceu quando esta última apresentou um projeto para a primeira que visa capacitar deficientes físicos como tutores de cursos à distância que já estão sendo treinados: “Os tutores dos cursos, ou professores à distância, podem trabalhar de casa ou de qualquer outro lugar que julgarem interessante, desde que estejam conectados à internet. A vantagem para o aluno é poder acessar o curso e manter contato com os professores mesmo à distância, independente de limitações físicas”, explica Spinelli.

A FGV Online é um programa de ensino à distância desenvolvido pela FGV que utiliza recursos como satélite (TV) e internet. Em funcionamento desde 2001, capacita cerca de 7 mil alunos por ano e já treinou quase 200 tutores.

O Instituto Paradigma é OSCIP – “Organização da Sociedade Civil de Interesse Público”, sem fins lucrativos, que promove a Inclusão Social como fator de desenvolvimento humano através de dois programas: Inclusão Educacional e Inclusão Econômica das pessoas com deficiência, contribuindo para a construção de políticas públicas.

As inscrições do curso poderão ser realizadas no site da FGV Online, provavelmente a partir de setembro.

Acessibilidade e “Universal Design”
 
Segundo o site da SERPRO – Solução para um Brasil de Todos, ligado ao governo federal, o propósito do Universal Design é simplificar a vida das pessoas de todas as idades e habilidades, projetando produtos, meios de comunicação e ambientes usáveis por muitas pessoas, com pouco ou nenhum custo.

Por exemplo, cadeiras, computadores, edifícios, carros, embalagens, etc., que foram projetados com universal design, são utilizados por pessoas de diferentes habilidades, portanto atendem ao maior número de pessoas.

O universal design possui sete princípios:

Equiparação nas possibilidades de uso: o design é útil e comercializável às pessoas com habilidades diferenciadas.
Flexibilidade no uso: o design atende a uma ampla gama de indivíduos, preferências e habilidades.
Uso Simples e intuitivo: o uso do design é de fácil compreensão.
Captação da informação: o design comunica eficazmente, ao usuário, as informações necessárias.
Tolerância ao erro: o design minimiza o risco e as conseqüências adversas de ações involuntárias ou imprevistas.
Mínimo esforço físico: o design pode ser utilizado de forma eficiente e confortável.
Dimensão e espaço para uso e interação: o design oferece espaços e dimensões apropriados para interação, alcance, manipulação e uso.
Pode-se dizer que nenhum universal design atende a todos ao mesmo tempo, devido à diversidade de tipos de usuários e situações. Porém, um projeto baseado no universal design com certeza beneficiará mais pessoas do que um projeto não baseado.

A Acessibilidade contribui para o “Universal Design”

A criação de páginas web com design acessível beneficia não só pessoas com deficiências, mas também pessoas sem deficiência, em situações e características diversas, como por exemplo:

– usuários de dispositivo móvel com tela pequena (celular, PDA), web-tv, quiosques.
– acesso à internet com conexão lenta.
– equipamento sem aúdio.
– impressora monocromática.
– outros navegadores que não os mais comuns.
– ambiente ruidoso.
– ambiente com luminosidade precária.