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Afif começa segundo mandato

Guarulhos, 22 de março de 2005

Coerente com as lutas que tem comandado, nos últimos dois anos – em defesa da redução da carga tributária e dos gastos do governo, pelo fim da burocracia que inferniza a vida do empreendedor e por uma nova mentalidade para o cidadão que, como contribuinte, tem o direito de exigir uma contrapartida do Estado em bons serviços públicos -, o empresário Guilherme Afif Domingos tomou posse nesta segunda-feira, 21, para o seu segundo mandato, biênio 2005-2007, na presidência da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

Essa coerência recebeu o apoio explícito do presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMBD), do vice-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), do presidente da Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB), Luiz Otávio Gomes, de todos ex-presidentes da ACSP e da Facesp, além de líderes empresariais de todos os setores da economia às suas teses e propostas, que foram aplaudidas de pé.

Sobretudo quando Guilherme Afif Domingos resumiu que a sociedade brasileira está dando um novo salto de consciência: “Nossa luta é grande, é uma enorme transformação que se expressa no embate entre a sociedade e o estado”. Um Estado, segundo o presidente da ACSP, que já não pode mais tutelar a nação “porque o cidadão está deixando se ser súdito”.

Renovação – Afif lembrou a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na sua posse para o biênio 2003-2005. Observou que se tornou uma tradição nacional dar ênfase ao diálogo entre as entidades representativas da sociedade com o Poder Executivo. Mas enfatizou que a presença do senador Renan Calheiros tinha um significado especial: o início do diálogo da sociedade com o Congresso Nacional.

“Nós somos os rebelados, dentro da lei, democracia e ordem, porque chegamos a um ponto que não há como prosseguir com o peso do Estado nas costas da sociedade”, disse Afif. Para ele, esse processo está levando o País a uma nova revolta, a uma nova Inconfidência Mineira, “que lutou contra o Quinto dos Infernos – a cobrança de 20% do ouro para a coroa (de Portugal)”.

Prosseguiu Afif: “Hoje a sociedade paga o dobro do Quinto dos Infernos, ou seja, 40% de impostos, e alguma coisa vai acontecer”. Na democracia, segundo Afif, essa “revolta” tem que passar pelo Congresso Nacional, sobretudo, quando é preciso dar um basta ao aumento e criação de impostos por meio de Medidas Provisórias (MPs) “Tem que haver um limite”, exigiu.

Dirigindo-se ao senador, Afif lamentou que o Congresso Nacional tenha perdido seu poder de ressonância das aspirações populares. “E o poder Executivo usa as MPs para passar a conta do desenfreado gasto público para o consumidor”, criticou. “É triste que o Congresso tenha estado de costas para a Nação e de frente para as benesses oferecidas pelo Executivo”, disse. Contudo, conclamou Calheiros e líderes empresariais à mudança: “Esta aliança pela cidadania é também uma proposta de agenda para as reformas”.

Não uma reforma tributária onde a preocupação seja repartir “o saque tributário” apenas entre União, estados e municípios: “Mas promover uma reforma fiscal capaz de discutir a própria federação no País, o tamanho do estado”. Isso representará, enfatizou Afif, numa nova Inconfidência Mineira, que irá revelar aos cidadãos o que estava escondido: “Que eles pagam impostos, participam e, por isso, podem exigir serviços públicos de qualidade”.

O ex-presidente da Facesp e ACSP, Lincoln da Cunha Pereira, leu o termo de posse dos novos diretores das entidades. Afif deu posse também aos novos superintendentes das 15 distritais da ACSP. Participaram da posse líderes de todo o estado, além dos ex-presidentes Alencar Burti, Élvio Aliprandi, Romeu Trussardi, Mário Jorge Germanos e Paulo Maluf.

Sergio Leopoldo Rodrigues