Notícias

Carnaval prejudica vendas de fevereiro

Guarulhos, 17 de fevereiro de 2005

Em função do feriado de Carnaval, as vendas da primeira quinzena de fevereiro apresentaram queda de 2,4%, em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com os dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), as consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que medem as vendas a prazo, registraram redução de 1,5%. Também as as consultas ao Usecheque, referentes às compras a vista, caíram 3,3%.
“A queda já era esperada porque, em 2004, o Carnaval foi na segunda quinzena de fevereiro. Provavelmente, no resultado mensal, os valores deverão se recuperar”, diz o economista Emílio Alfieri, do Instituto de Economia Gastão Vidigal.

O presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingues, lembra que as vendas de janeiro e fevereiro não servem como sinalizadores para o movimento do ano por serem meses atípicos. Ele também explica que o comércio ainda não repassou ao varejo as altas dos juros provocadas pela elevação da Selic (a taxa básica de juros) desde setembro. Quando isso acontecer, o mercado conhecerá o comportamento dos compradores no restante do ano.

Já na comparação com janeiro, o SCPC caiu 2,1%, mas o Usecheque cresceu 9,7%, puxado principalmente pela venda de material escolar. “Da metade de janeiro até o final de fevereiro, o setor de papelaria tem grande destaque na movimentação do varejo. E, em geral, as compras são pagas à vista”, explica Alfieri.

Inadimplência – Embora as vendas da primeira quinzena do mês não surpreendam os economistas, a taxa de inadimplência causou certo espanto. Depois de dois anos consecutivos de queda, o número de registros recebidos pela ACSP cresceu mais que os cancelados. Na comparação com a ano passado, a inadimplência aumentou 12,1%, enquanto os registros cancelados somaram apenas 2,4%.

“Foi uma inversão de posições que não notávamos desde 2003”, diz Alfieri. No entanto, ele afirma que é normal o crescimento da inadimplência nos meses de fevereiro e março. “Esses valores são altos comparados a períodos anteriores, mas temos que aguardar o resultado mensal para saber como o índice ficará. De qualquer forma, não são tão grandes a ponto de desestabilizar o comércio”, explica.

Em todo o ano passado, os cancelamentos somaram 13,4% e os recebidos 7%. Já em 2003, os resultados foram 8,2% para registros cancelados e redução de 0,4% para os recebidos.

Fernanda Pressinott