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Nome sujo na praça, crédito zero no mercado

Guarulhos, 08 de novembro de 2004

Erros no cálculo do orçamento doméstico podem deixar o consumidor com o nome sujo na praça. Como nome sujo é sinônimo de crédito zero, por lógica, quem precisa de credibilidade no mercado para obter um empréstimo, parcelar compras ou efetuar pagamentos com cheque precisa limpar o nome.
Por desinformação ou por achar que renegociar dívidas é uma tarefa difícil, muitas pessoas repassam o trabalho para empresas que vendem os serviços de recuperação de crédito, pagando por isso. Quando ele próprio consumidor pode limpar seu nome de graça.

Largada – O ponto de partida para isso é o Serviço Central de Proteção ao Crédito, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), conhecido como SCPC. O Serviço Central de Proteção ao Crédito é um banco de dados onde estão nomes de consumidores que não quitaram débitos com empresas, desde que estas tenham solicitado a inclusão do nome do devedor no sistema.

No posto de atendimento do SCPC do centro de São Paulo (Rua Boa Vista, 62, térreo), o consumidor obterá informações sobre como proceder para voltar a ser merecedor de crédito.

Pelo balcão do SCPC passam em média, todos os dias, 1,7 mil pessoas, ora para identificar o credor ora para obter informações sobre como agir para limpar o nome. O serviço mostra não apenas a natureza do débito do devedor como também oferece a orientação necessária para resolver cada um dos problemas.

Recuperação – De acordo com a ACSP, o número de pessoas que procuraram o SCPC em outubro passado foi 23% maior do que o total de devedores que buscaram ajuda em outubro do ano passado. “A recuperação da renda do trabalhador tem levado muita gente a pagar o que deve”, diz Marcel Solimeo, economista da ACSP. Depois, um ponto importante a ser lembrado, segundo Solimeo, é que “basta renegociar o débito que o consumidor terá seu nome excluído do sistema”.

Segundo pesquisa da Associação Comercial, 47% das pessoas que tiveram seus nomes incluídos no SCPC deixaram de pagar carnês variados e dívidas contraídas por meio de cartões de lojas. Outros 37% deixaram de ter crédito porque tiveram seus cheques devolvidos pelo banco e não os quitaram. A inadimplência no pagamento de faturas de cartões de crédito e outros tipos de dívida representam 16% dos problemas de consumidores com nome sujo na praça.

Apesar da ajuda do SCPC aos consumidores, o ideal é controlar receitas e gastos e, assim, evitar ter o nome incluído na lista dos clientes indesejados pelo comércio. Para Solimeo, é possível, sim, evitar ir parar no SCPC: “controlar o orçamento é algo muito simples”, diz ele.

E se algum número escapou do lápis, o consumidor ainda conta com a complacência das empresas. Segundo Solimeo, mais de 50% das empresas “só incluem o nome do devedor no sistema após 60 dias de atraso. Uma chance para o devedor negociar a dívida antes de ver seu nome sujo.

Roseli Lopes