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APAE de Guarulhos necessita de ajuda

Guarulhos, 12 de julho de 2004

Após 25 anos de atividades em prol das pessoas portadoras de deficiência e seus familiares, completados em 1º de junho, a APAE de Guarulhos está correndo o risco de fechar as portas e deixar mais de 300 assistidos sem atendimento.

Com uma nova diretoria comandada por Adelir Girolimeto e o apoio de uma equipe de colaboradores, a entidade está buscando todos os meios para poder se reerguer, saldar as dívidas e continuar as atividades. Para isso, está buscando o apoio da sociedade para tentar angariar os recursos necessários.

Segundo Adelir, assim que assumiu a direção da entidade, solicitou um levantamento junto à Federação das APAEs do Estado de São Paulo para ter uma visão da real situação financeira. Por intermédio do advogado da Federação, João Bandicioli, foram apuradas todas as dívidas existentes, principalmente junto ao INSS, que motivaram o corte de verbas enviadas pelo Estado. Além disso, outras medidas estão sendo adotadas para dar um caminho administrativo mais viável à APAE.

“Hoje, a instituição tem mais de 55 crianças na fila de espera e não está mais fazendo triagem e avaliação para novas admissões”.Não podemos receber mais ninguém. Isso muito nos entristece porque somos um meio de essas pessoas serem reconhecidas na sociedade, garantindo-lhes o mínimo de direitos. Porém não estamos podendo oferecer um atendimento de qualidade nem para os que já estão aqui. Houve dia em que servimos sopa de fubá porque não tínhamos outra coisa “, lamenta Adelir.

A APAE possui duas unidades em Guarulhos, uma na vila Rio de Janeiro, onde é mantida uma oficina profissionalizante para os internos que têm condições de serem inseridos no mercado de trabalho, e outra na rua Leonardo Valardi, 66. No entanto, conforme afirmam seus diretores, nesta última unidade, cerca de nove salas que seriam utilizadas por uma equipe multidisciplinar formada por psicólogo, fisioterapeuta, dentista, assistente social, fonoaudiólogo e equipe de estimulação precoce para bebês, estão desativadas por falta de recursos para contratar pessoal especializado. “Temos dois psicólogos, um fisioterapeuta e um dentista que são colaboradores, mas não é o suficiente. Nossos assistidos precisam desse apoio para conseguir se desenvolver e ter um mínimo de qualidade de vida”, afirma a diretora.

A Prefeitura de Guarulhos, através de convênio, fornece uma verba relativa a 178 crianças das 310 atendidas pela APAE, que corresponde ao valor de R$ 110,00 por mês para cada uma, mas segundo a diretoria essa quantia é insuficiente para cobrir as despesas com esses alunos.

“Por todas essas dificuldades, apelamos para que as pessoas nos ajudem com material odontológico, de limpeza, papel higiênico, sabonete, alimentos não perecíveis, roupas etc. Estamos precisando muito de uma máquina de xerox, papel sulfite, fax, computador e telefone. Também temos um departamento que cuida das doações, e quem desejar contribuir com qualquer quantia, mensalmente, pode ligar para o telefone 6440-9970 ou 6440-6439 para mais informações”, apela Adelir.

Na terça-feira, dia 6 de julho, estiveram presentes na entidade, a convite da diretoria, a vereadora Luiza Cordeiro (PCdoB) e a vice-prefeita Eneide Moreira de Lima, que se comprometeu a verificar a possibilidade da Prefeitura, por meio do convênio já existente, repassar uma verba maior para a instituição. Na ocasião, a diretoria manifestou sua gratidão pelo apoio que tem recebido de Luiza Cordeiro, neste momento difícil. Adelir também fez questão de agradecer a todos que ofereceram sua contribuição através da campanha do “Livro de Ouro” que permitiu à instituição saldar uma parte de suas dívidas, reabilitando seu nome junto aos credores e propiciando a volta do recebimento das verbas do Estado. “Esse já foi o primeiro passo para uma nova etapa que pretendemos construir, reabilitando o bom nome e a obra grandiosa que a APAE realiza”, finalizou Adelir, em nome de toda a diretoria da entidade.