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Brasil não terá novo acordo com FMI

Guarulhos, 31 de março de 2004

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta terça-feira, 30, que o governo brasileiro não deve renovar o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

“A nossa previsão é que não haverá necessidade de renovar o acordo com o FMI. Esta é a nossa previsão”, afirmou Meirelles numa entrevista coletiva em Lima, onde teve nos dois últimos dias vários encontros com investidores e executivos de bancos estrangeiros.

O acordo atual vence em dezembro e o governo ainda tem direito a sacar US$ 14 bilhões, que seriam usados para reforçar as reservas externas do país, se fosse necessário.

Em Lima para uma programação paralela à reunião anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid), Meirelles tem se dedicado a mostrar a investidores que os indicadores econômicos do Brasil são muito diferentes de um ano atrás, ainda sob os efeitos da crise de credibilidade que atingiu o país no segundo semestre de 2002.

“Os fundamentos estão muito mais fortes e estamos numa condição muito melhor para enfrentar uma eventual crise externa”, disse Meirelles.

Meirelles disse que o Banco Central já reforçou as reservas líquidas (sem os recursos do FMI), que passaram de US$ 14 bilhões no pico da crise para US$ 21 bilhões agora, e que o Tesouro Nacional já adquiriu os dólares necessários para os vencimentos de títulos do governo de abril em maio, de cerca de US$ 5 bilhões.

“Estamos um ano à frente do planejado na recomposição das reservas”, afirmou.

Além disso, Meirelles ressaltou que, pela primeira vez, o Brasil vai crescer e ao mesmo tempo manter um superávit comercial, estimado este ano em US$ 24 bilhões. “Todos os indicadores mostram tendência de recuperação e são sustentáveis. O Brasil está a caminho da recuperação econômica sustentável”, afirmou o presidente do BC.

Denize Bacoccina