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Preços dos carros vão subir mais de 3%

Guarulhos, 05 de fevereiro de 2004

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Ricardo Carvalho, disse que os preços dos veículos devem subir 3% no fim deste mês, quando termina o acordo com o governo de redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Segundo ele, o percentual de aumento depende da estratégia de cada montadora, mas os preços devem subir mais ainda por causa da elevação dos custos de matérias-primas, que apresentaram alta entre 12% e 15% no mês passado, impacto do aumento da Cofins, segundo o executivo, ainda está sendo avaliado pelo setor.

– Ninguém pretende congelar o preço das matérias-primas, mas a alta, que chega a 75% nos últimos dois anos, no caso do aço, atinge em cheio a cadeia automotiva – afirmou.

A Anfavea e outras 10 entidades setoriais enviaram ao governo um estudo atualizado do aumento nos preços do aço nos últimos 24 meses. Carvalho disse que uma opção seria reduzir a alíquota do Imposto de Importação do aço, o que permitiria a compra do produto no exterior. Se adotada, essa medida pode causar desequilíbrio na balança comercial do setor automotivo.

Carvalho disse que o setor não vai pleitear a manutenção do IPI reduzido. Segundo ele, precisam ser tomadas medidas duradouras para o crescimento das vendas. Para ele, o acordo com as montadoras resultou em vantagens para o governo, pois a arrecadação entre agosto e dezembro aumentou em R$ 260 milhões, com a venda de 69 mil veículos a mais do que em períodos anteriores. Foram analisados os meses de agosto a dezembro dos últimos dez anos, respeitando as sazonalidades.

– Os juros caíram e a confiança do consumidor melhorou, mas a redução do IPI ajudou bastante – afirmou.

Wagner Gomes