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Alca corre risco de ficar para depois de 2005

Guarulhos, 03 de fevereiro de 2004

A reunião da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) que começou nesta segunda-feira (02/02) em Puebla, no México, terá como missão tentar fazer os países envolvidos chegar a um consenso em torno dos textos básicos de adesão ao bloco. Se continuarem as discussões e a dificuldade de chegar a um acordo, a data de 2005 para o término das negociações ficará inviável. É necessário chegar a um consenso sobre a estrutura da Alca para aprofundar as negociações sobre ofertas de acesso a mercados, com as listas de produtos detalhadas, que devem terminar em setembro. Se a negociação da estrutura da Alca continuar emperrada, as ofertas de acesso também não andam.

Para cumprir o mandato de Miami, a reunião do Comitê de Negociação Comercial (CNC) em Puebla teria que determinar os compromissos mínimos de todos os países nas diversas áreas e elaborar o texto para adesão, e fazer também o texto para os países que queiram aderir ao segundo nível de compromisso, mais aprofundado, além de estabelecer os procedimentos para negociação dos acordos. Mas a declaração ministerial de Miami é vaga e dá margem a diversas interpretações entre os países.

Um dos pontos que deve provocar polêmica é a relação entre o acesso a mercados e o nível de comprometimento aceito por cada país. O governo do Brasil defende que não haja diferenciação nas ofertas de acesso a mercado dentro do bloco, enquanto os Estados Unidos acreditam que o benefício comercial obtido pelo país deve ser proporcional ao nível de comprometimento atingido nos acordos.