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Comércio reage a prestações

Guarulhos, 06 de janeiro de 2004

ArteDezembro, como era de se esperar, registrou alta nas vendas do varejo. A expansão foi confirmada com a divulgação dos números consolidados do movimento nas transações a prazo e a vista no mês pelo Instituto de Economia “Gastão Vidigal” da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Em relação a novembro, o aumento foi de 32,1% nas consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que reflete compras a prazo, e de 17,1% nas consultas ao Usecheque, que sinaliza transações a vista.

O bom desempenho do último mês do ano também resultou em crescimento na comparação com 2002. A alta foi de 6% nas consultas ao SCPC, e de 6,1% no Usecheque. “O comércio registrou um impulso nos negócios a crédito, especialmente de bens duráveis, como eletrodomésticos e móveis”, afirmou o presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos.

Para ele, a melhora no varejo se deve à queda de juros dos últimos meses. Mas o Natal de 2003, apesar de ter sido “relativamente bom” na avaliação de Afif, não superou o do ano 2000. “Naquele ano, as consultas ao SCPC chegaram a 1.924.383 em dezembro, ante as 1.905.163 do mês passado”, disse.

Ano fraco – Apesar da alta em dezembro, o resultado não foi suficiente para anular o fraco desempenho do resto do ano, como já havia sido antecipado pelo Diário do Comércio . No balanço final houve queda de 1,6% às consultas ao SCPC e de 1,3% ao Usecheque. “O crescimento no mês mostra que, ao contrário do que se imaginava, este não foi um Natal apenas de lembrancinhas, mas de presentes com maior valor agregado”, disse Emílio Alfieri, economista da ACSP.

Inadimplência – A boa notícia é que o ritmo de inadimplência também diminuiu em relação ao ano anterior, registrando queda de 0,4% em registros recebidos, e aumento de 8,2% nos cancelamentos. O que confirma que, mais do que comprar, 2003 foi marcado pela recuperação de crédito. Guilherme Afif lembra que os números confirmam também o uso do 13º salário para recuperação do crédito.

Na relação entre registros recebidos pelo SCPC em 2003 e os cancelados, o índice foi de 75,6%. Segundo o economista Alfieri, “isso mostra um amadurecimento do consumidor, que se ajustou ao sistema financeiro, e do lojista, que viu nos acordos e renegociações de dívidas uma forma de recuperar o débito e ter novamente o inadimplente como cliente”.

Perspectivas – Segundo Alfieri, a recuperação de crédito é um sinal de que as pessoas devem voltar a consumir ao longo de 2004. “Isso, somado às quedas sucessivas da taxa de juros e à inflação controlada são indicadores que 2004 será um ano melhor para o comércio”, finalizou.

Patrícia Büll