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Banco Central reduz a Selic para 16,5% ao ano

Guarulhos, 18 de dezembro de 2003

O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou nesta quarta-feira, 18, na última reunião de 2003, redução de um ponto percentual no juro básico da economia, a taxa Selic, que caiu de 17,5% para 16,5% ao ano. O corte veio sem viés, o que na prática significa que até a próxima reunião, em janeiro, não haverá mudança. Esta é a sétima redução dos juros em sete meses e a menor taxa básica da economia desde abril de 2001.

A decisão, que foi unânime, agradou o mercado financeiro, que defendeu a postura cautelosa do Governo, e mais uma vez desagradou os empresários. “Os ânimos se manterão mornos e a taxa de desemprego pouco cederá”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Horacio Lafer Piva.

Segundo o presidente da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio-SP), Abram Szajman, havia espaço para um corte de dois pontos percentuais da Selic, pelo fato de a inflação estar sob controle e o mercado interno enfrentar um cenário recessivo.

Bancos

O Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco e HSBC anunciaram redução de juros em suas linhas de crédito. No Bradesco, já vale a partir desta quinta-feira: a taxa máxima do cheque especial cai de 8,18% para 8,10 % ao mês. As taxas máximas do crédito pessoal foram reduzidas de 5,69% para 5,61% ao mês.

As novas taxas do HSBC, no entanto, só entram em vigor no dia 1º de janeiro. No empréstimo pessoal, a taxa máxima cai de 5,73% para 5,66% ao mês.

No Banco do Brasil, a redução mais significativa será no crédito parcelado dos cartões BB, onde a taxa cai de 6,20% para 5,23% ao mês. A taxa máxima cobrada no cheque especial foi reduzida de 9% para 7,49% ao mês. A Caixa Econômica Federal anunciou redução de taxas para empresas. A máxima para desconto de duplicatas cairá de 3,13% para 3,07% ao mês. O desconto de cheques para empresas terá juro mínimo de 1,98% ao mês, em vez dos atuais 2,05%.

As financeiras, segundo o presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito (Acrefi), Ricardo Malcon, não vão baixar juros agora porque a redução nos meses anteriores já foi maior que os últimos cortes da Selic. “Já houve uma redução acima da taxa básica nos últimos meses e não há espaço, pelo menos por enquanto, para uma nova queda”, argumenta.

A redução do juro básico da economia deverá provocar queda de 0,07 ponto percentual na taxa mensal cobrada do consumidor. O juro médio deve baixar de 8,04% para 7,97% ao mês ” 0,87% a menos “, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac).

Luis Alfredo Dolci