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Vendas esquentam em novembro

Guarulhos, 02 de dezembro de 2003

ArtePara os lojistas do setor de eletrônicos este será o Natal das vendas de telefone celular. A estimativa é do economista Emílio Alfieri, do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A comprovação está no aumento de 4% nas consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que refletem as vendas a prazo, em novembro deste ano na comparação com 2002, e na alta de 5,8% de acordo com a média diária de consultas de outubro.

“Esses números mostram que os recentes cortes nos juros e as facilidades no crédito devem beneficiar as compras a prazo de itens do setor de bens duráveis, entre os quais estão os eletrodomésticos, móveis, equipamentos eletrônicos e, é claro, celulares”, afirma o economista. Ele acrescenta que as vendas não serão capazes de elevar o faturamento do comércio deste segmento, já que a linha branca (de fogões e geladeiras) não deve ser tão procurada pelos consumidores neste fim de ano em função dos preços mais altos. “A população está otimista, mas não deixou a cautela de lado.” Daí a saída de aparelhos celulares.

Inadimplência – Uma outra estatística dá ainda mais força à tendência de crescimento das compras a prazo. Os cancelamentos de registros de inadimplência aumentaram 14,6% só no último mês, enquanto os recebimentos tiveram alta de apenas 0,9% em relação a novembro do ano passado.

“É a comprovação de que os consumidores estão empenhados em “limpar o nome” para assumir novos parcelamentos. Esses registros levaram a taxa de inadimplência líquida do segmento varejista cair de 5,7%, em novembro de 2002, para 4,2% no mesmo mês deste ano. O mais importante, no entanto, é a retomada de confiança do consumidor”, diz.

Para Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), as estatísticas do SCPC e da inadimplência permitem esperar um bom movimento no comércio em dezembro, comparado ao mesmo mês de 2002. Isso, no entanto, não será suficiente para que o varejo feche 2003 com um resultado positivo.

“É preciso que comerciantes realizem promoções, alongando os prazos do crediário, pois as vendas dependem basicamente do crédito, uma vez que a renda do consumidor foi achatada pela inflação e pelo desemprego”, explica Afif.

O presidente da ACSP segue fiel à tese de que é fundamental a iluminação das fachadas e vitrines de lojas para que seja criado um ambiente agradável, que leve a população a esquecer as dificuldades experimentadas ao longo de 2003.

Usecheque – Em novembro, o consumidor continuou utilizando o pagamento a vista para quitar suas compras, embora tenha havido aumento maior nos gastos a prazo. O número de consultas ao Usecheque, que reflete as vendas a vista, manteve-se estável no mês, com recuo de apenas 0,3%. “O resultado mantém-se de acordo com a base forte do ano passado, período em que a população simplesmente deixou de realizar compras parceladas devido às incertezas políticas após as eleições”, diz o economista da ACSP.

Para ele, os resultados gerais de novembro são positivos mostram uma recuperação continuada. “Para se ter uma idéia, o crescimento da média diária de consultas no Usecheque em relação ao mês passado foi de 9,6%”, resume.

Juliana de Moraes