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Brasil é campeão em desemprego

Guarulhos, 21 de outubro de 2003

É sabido que o total de postos de trabalho na indústria sofre redução em todo o mundo, mas agora também é fato comprovado que o Brasil está no topo da lista de países que fecharam empregos nesse setor.

Uma pesquisa feita pela companhia de investimentos norte-americana Alliance Capital aponta que o Brasil perdeu 20% dos postos de trabalho no setor industrial entre os anos de 1995 e 2002.

O estudo conta com dados das 20 principais economias mundiais. Segundo o levantamento, a indústria já perdeu 22 milhões de empregos no período. A retração média no número de empregos nos 20 países pesquisados é de 11%.

Motivos da queda

A companhia divulgou que a redução dos postos de trabalho ocorre em todos os cantos do planeta e pode ser explicada pelo ganho de produtividade com o avanço tecnológico, além da pressão pela redução de custos e o aumento da eficiência na produção.

O excesso de capacidade produtiva e as crises econômicas ocasionam as reduções no número de trabalhadores especialmente no setor siderúrgico e automobilístico. Enquanto o emprego caiu 11%, a produção avançou 30% no mesmo período analisado, o que comprova a relação do desenvolvimento tecnológico com a queda no nível de empregos no setor.

No caso do Brasil, o baixo crescimento da economia acelerou o processo pois a queda do consumo tornou a indústria ociosa. Apesar disso, até nos Estados Unidos há cortes. Entre 95 e 2002 o país perdeu 2 milhões de empregos.

O caso mais surpreendente é o da China. O país registrou uma queda de 15% no número de empregos. Em 95, as vagas na indústria somavam 98 milhões e, em 2002, caíram para 83 milhões. Mesmo assim, desde 2000, a China já abriu 2,5 milhões de postos. Para a Alliance, os investidores locais estão tornando as linhas de produção mais enxutas.

Na contramão

No entanto, não são todos os países que registram queda no emprego industrial. Espanha e Canadá tiveram alta de mais de 20% no período devido ao crescimento dessas regiões, especialmente pela assinatura de pactos comerciais, que elevaram a demanda por produtos, forçando o aquecimento do mercado.