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Linha de crédito do BB deverá aumentar movimento nas lojas

Guarulhos, 28 de agosto de 2003

O mercado se movimenta para estimular o consumo de produtos eletroeletrônicos e eletrodomésticos, um dos mais afetados pela perda de renda dos consumidores nos últimos anos. A redução gradual das taxas de juros já devolveu parte do atrativo do crediário. Outra iniciativa que deverá levar mais clientes às lojas foi anunciada pelo Banco do Brasil. A empresa aumentou o número de itens financiáveis de seu programa de crédito para informática, lançado em 2002. Agora, com o novo programa BB Crédito Eletroeletrônicos, clientes com o crédito pré-aprovado no banco podem financiar também compras de geladeiras, fogões, televisores e outros produtos.

O programa vai financiar bens no valor de R$ 200,00 a R$ 5 mil, com prazos de pagamento de dois a 24 meses e taxa de 3,1% ao mês, para todos os clientes do banco. Neirim Goulart Duarte, gerente de varejo do Banco do Brasil, informa que o objetivo é ampliar a quantidade de itens financiados, dando novas possibilidades aos clientes: “A nova linha de crédito é bem competitiva no mercado. Enquanto outros bancos exigem um percentual de entrada para o financiamento, o BB Crédito Eletroeletrônicos vai financiar 100% do bem, sem necessidade de nenhuma garantia adicional”.

Segundo Duarte, o novo financiamento, lançado dia 14 de agosto, faz parte dos planos da empresa de aumentar o leque de financiamento direcionado aos clientes, seguindo a tendência da queda nas taxas de juros. “Nossa previsão é dobrar a carteira de clientes”, diz o gerente, acrescentando que a taxa ainda pode ser reduzida.

De acordo com levantamento realizado pela Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), as vendas registraram, no primeiro semestre deste ano, uma queda de 13,2% em relação a igual período do ano passado. Na linha de imagem e som, a queda foi de 12,8%; na linha branca, de 17,7%; e na de portáteis, de 9,8%.

Pelos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o comércio de móveis e eletrodomésticos apresentou um recuo de 4,7% em junho, encerrando o semestre com o pior desempenho acumulado do varejo: as vendas caíram 10,4% de janeiro a junho e 6,1% em 12 meses.

Para Fábio Pina, assessor econômico da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), a iniciativa do Banco do Brasil deve ajudar mais no efeito de demonstração de como outras instituições podem agir para movimentar o mercado. “Há tempos o setor de eletroeletrônicos não apresenta um crescimento efetivo nas vendas e somente perceberemos algum crescimento no médio e longo prazos”, diz Pina.

Ele ressalta que as taxas de juros ainda são muito elevadas para um setor que depende diretamente do sistema de crediário.