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Moda verão vai trazer de volta a “era disco” dos anos oitenta

Guarulhos, 21 de agosto de 2003

ArteEspecula-se sobre as causas que fazem do plástico uma tendência. Reciclável, reaproveitável e arrojado, o plástico, segundo o Instituto Nacional do Plástico, o INP, cresceu na última década de 10 a 12% ao ano, cinco vezes o valor do PIB. “O plástico está se firmando como produto de valor e há uma mudança de percepção de que ele não é um material que só produz insumos baratos”, diz Paulo Dacolina, diretor superintendente do INP. O estilista Alexandre Herchcovitch concorda: “Um produto barato não significa falta de qualidade ou sem design. Aí está o desafio, aliar um bom design a um material barato e extrair o que ele tem de melhor”, diz.

O plástico está definitivamente relacionado ao nosso cotidiano: da construção das casas à decoração, dos alimentos aos produtos medicinais. Ele é capaz de se camuflar por baixo de outros materiais, aparecendo sob a forma de madeira, papel, estofa e mármore. Além disso, tem a propriedade de adaptar-se a uma nova forma segundo o seu uso, criando assim um universo de possibilidades de criação infinito. E devido às características que o compõe, das agregações de polimoros, o plástico pode retornar a sua forma original através de processo químicos.

Design – Não por acaso muitos objetos de desejo da modernidade são feitos de matéria-prima plástica. No design, o uso do plástico permitiu o desenvolvimento de uma estética voltada para os objetos do cotidiano. O próprio conceito de objeto se transformou, abrindo espaço para os multiutilitários e aqueles que, em alguns casos, receberam a alcunha de kitsch. Na moda, ele foi mais amplamente utilizado na década de sessenta e muito divulgado os anos 80 com a era disco. “Acho até que esta tendência das sandálias plásticas para o verão tem a ver com um revival dos anos 80 na moda”, diz Paulo. “Eu acredito que a trajetória do plástico na moda não é de agora, nos anos 60 o plástico foi a grande inovação tecnológica”, afirma Herchcovitch.

Hippie – De olho na década hippie, a Melissa também lançou durante o SP Fashion Week a coleção Platicodelic, uma referência ao movimento de paz e amor da década de 60. “Após 11 de setembro houve uma mudança de comportamento perante outros povos e nossa coleção fala justamente deste movimento de psicodelismo”, diz Paulo.

Marcas internacionais também notaram a influência do plástico e lançaram modelos quase iguais ao brasileiríssimo Ryder, da Grendene. Na Louis Vuitton o modelo com o famoso logotipo custa cerca de R$ 800 o par enquanto que um tradicional Ryder, fabricado desde 1986 sai por R$ 20.

Outras grifes como a inglesa Burberry lançou uma sandália de dedo com alças de plástico e o famoso xadrez na sola por US$ 85 e a Christian Dior também tem sua sandália de plástico que sai por mais ou menos R$ 900. Pelos preços, o material não tem mais nenhum resquício de popular.

Sabina Deweik