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Pequenas empresas são alvo estratégico da Apex-Brasil

Guarulhos, 30 de julho de 2003

ArteConhecer a vocação produtiva de cada Estado e assim definir o potencial exportador de novos produtos e empresas, que servirá de base para traçar um plano estratégico de promoção comercial no exterior. Este foi um dos principais itens expostos pelo presidente da ApexBrasil (Agência de Promoção de Exportações), Juan Quirós, no última segunda-feira (28), ao presidente e a diretoria executiva do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em São Paulo), Alencar Burti, José Luiz Ricca, Carlos Monteiro e Carlos Eduardo Uchôa Fagundes, respectivamente.

A visita ao Sebrae paulista teve como objetivo iniciar as negociações para participação da entidade na formulação de estratégias conjuntas para inserção das pequenas empresas do Estado. Este foi o primeiro de uma série de encontros que resultará, brevemente, num acordo de cooperação entre as entidades.

Em entrevista exclusiva à Agência Sebrae de Notícias, Quirós informou que com a reestruturação, a ApexBrasil criou um núcleo de inteligência comercial, com informações sobre 152 países, cerca de 96% do mercado mundial e, em conjunto com os Estados, está definindo as vocações produtivas regionais. “Agora sabemos o que eles compram e de quem compram. E vamos mapear o que é produzido em cada região do Brasil. Isto nos ajuda a transformar informações em oportunidades.”

E Quirós completa: “De posse destes dados será possível criar outros canais de comercialização, aproximando oferta e demanda. Conseguimos identificar, hipoteticamente, que a Alemanha é uma grande compradora de produtos médico-hospitalares, cujo pólo produtivo no Brasil fica no mesmo Estado que vende aos alemães grãos e carnes. Podemos, assim, consolidar o mercado de grãos e viabilizar o de produtos médicos.”

Desta maneira foi possível estruturar 200 projetos setoriais, onde calçados, cerâmica, equipamentos médico-hospitalar, têxtil, cosméticos, entre outros começam a ser trabalhados em novos mercados como Rússia, países da Comunidade Árabe, Índia, China, África e consolidados nos já existentes.

“Estas duas ações vem acontecendo ao mesmo tempo e esperamos, com elas, ajudar que o volume de exportações deste ano supere os US$ 68 bilhões previstos”, disse Quirós.

Em outra frente de ação, a ApexBrasil reiniciou um projeto de imagem, para mostrar ao consumidor mundial que o produto brasileiro tem qualidade, valor agregado e diversidade. Para Quirós o Brasil é um grande país, o que falta é incrementar a relação produto e imagem.

“Poucos norte-americanos sabem, por exemplo, que o suco de laranja que eles tomam diariamente é do Brasil, que os calçados comercializados nas melhores lojas de lá são confeccionados aqui e que estão voando em aviões produzidos pela Embraer. Vamos criar uma relação como a do futebol é do Brasil. Vamos mostrar que calçado é do Brasil, suco de laranja é Brasil, avião é Brasil”, disse.

Eliane Santos