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Retração continua em julho

Guarulhos, 30 de julho de 2003

O desaquecimento que marcou a economia no primeiro semestre persiste em julho, segundo as primeiras indicações de empresas e associações setoriais. Adia-se, assim, para o fim do ano as previsões de início da retomada do crescimento. O consumo continua fraco por causa da queda na renda do trabalhador e o aumento do desemprego. A demanda frágil e o dólar menos valorizado fizeram com que crescesse a expectativa de que a inflação de 2003 fique em um dígito. Nos últimos dias, aumentou o número de analistas econômicos que apostam em um IPCA entre 9% e 10% no ano, taxas mais próximas dos 8,5% da meta de inflação.

Setores que servem como termômetro do nível de atividades como um todo apresentam resultados ruins também em julho. “Houve uma queda dramática de consumo, principalmente em alimentos e bebidas, que respondem por 60% do nosso mercado”, afirma o presidente da Associação Brasileira das Embalagens, Fabio Mestriner. O setor siderúrgico se voltou ainda mais para as vendas externas depois de um segundo trimestre em que as vendas no mercado interno acentuaram sua tendência de queda. “Este poderá ser o pior trimestre do ano”, prevê Renato Vallerini, da Cosipa.

A indústria paulista entrou no segundo semestre utilizando apenas 78,7% da capacidade instalada. Para Clarice Messer, diretora da Fiesp, os estoques continuam a crescer enquanto as vendas mantêm ritmo de queda. “A demanda interna desaponta a cada mês.”