Notícias

Ministro sinaliza queda pequena dos juros

Guarulhos, 11 de julho de 2003

Apesar da safra de indicadores mostrando deflação, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, fez um discurso cauteloso e praticamente afastou a possibilidade de um corte abrupto na taxa básica de juros da economia brasileira neste mês.

Não há consenso no mercado sobre o tamanho da queda dos juros na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que acontece dentro de 10 dias. A maioria dos analistas de mercado aposta em uma queda de 1 a 2 pontos percentuais nos juros, que atualmente estão em 26% ao ano.

Meirelles sinalizou que a maior probabilidade é de uma queda pequena ao dizer que embora o risco de descontrole inflacionário não exista mais, “o combate à inflação é um esforço continuado'. Ou seja, o BC continuará atento e não permitirá o retorno da inflação.

'À luz dos resultados recentes (da inflação) obtidos, entendemos que a política monetária deve continuar a se orientar de forma a garantir que a desaceleração da inflação seja sustentável', afirmou.

'O BC não poderia sancionar o processo de volta da inércia inflacionária ao Brasil. Não o fizemos e não o faremos', prometeu Meirelles.

Além das afirmações, Meirelles já havia dito anteriormente que o BC está baseando suas ações na convergência para o centro da meta de inflação definido pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para 2004, que é de 5,5%. Por isso, não haveria espaço para quedas abruptas dos juros.

O mercado entendeu o recado de Meirelles. Imediatamente após as afirmações, os contratos futuros de juros para outubro subiam 0,12%, para 23,75% ao ano. Já os de janeiro subiam 0,08%, para 22,42%.

Além disso, os contratos de agosto indicavam que na próxima reunião do Copom os juros deveriam cair no máximo 1 ponto percentual, para 25%. Os contratos operavam estáveis, pagando juros de 25,13%.

Ana Paula Grabois