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Preço competitivo é a arma para pequena empresa exportar mais

Guarulhos, 16 de junho de 2003

arteFalta de informações sobre o mercado externo e o excesso de burocracia para enviar um produto ao exterior não são as únicas queixas dos microempresários que querem exportar. A formação de preços competitivos para conquistar compradores de outros países é um dos grandes impasses dos aspirantes a exportadores.

De acordo com o consultor Maurício Scaranari Antunes, antes de mais nada, para enfrentar esse dilema, é preciso fazer uma radiografia de todos os custos da empresa. “O objetivo é cortar possíveis gastos envolvidos na produção da mercadoria que só ocorrem para a venda doméstica”, explica. “Para a exportação, serão considerados apenas as despesas com impostos, fretes, embalagens diferenciadas ou transportes”, complementa.

Competitividade – Para o consultor, cortar “gorduras” do preço do produto é uma boa saída para ser mais competitivo lá fora. Dentre os itens que devem ser levados em conta estão os impostos. Segundo Maurício Antunes, o empresário deve retirar do preço da mercadoria tributos como o IPI, ICMS, Cofins e Pis, além daqueles que incidem apenas quando o produto é comercializado no mercado interno.

Gastos com distribuição, propaganda e marketing, comissões de vendedores, custos de empréstimos bancários também devem ser descontados. Para a formação do preço para o mercado externo, serão levados em consideração o custeio do transporte da fábrica até aeroportos e portos, seguros, despesas portuárias, comissões de agentes e operadores logísticos.

Imprevistos – Impostos aduaneiros, fretes e a definição de uma margem de risco ainda devem fazer parte do valor da mercadoria. “Essa margem serve para custear eventuais imprevistos como greves de portos. Isso implica em enviar o carregamento para um local mais afastado. Também é uma forma de se proteger de atrasos de pagamentos por parte dos compradores”, explica o consultor Maurício Antunes.

É preciso estar atento ainda para as diversas variáveis de custos que envolvem a exportação. Elas englobam a responsabilidade pela entrega do produto desde a fábrica até o embarque, ou até a empresa dos compradores.

Apesar das dificuldades e burocracia, Antunes acredita que começa a surgir uma luz no fim do túnel para os pequenos empresários interessados em exportar.

Dora Carvalho