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Golpe do boleto causa dano a empresa

Guarulhos, 21 de maio de 2003

arteMais de 1.700 notificações judiciais, várias ações criminais, rompimentos de contratos de prestação de serviços, ações nos Procons de todo o Estado de São Paulo e prejuízos moral e financeiro que se estendem até os dias de hoje. Este foi o saldo obtido pela empresa de cobrança Centrosul, com 24 anos de mercado, vítima de entidade homônima à Associação Comercial de São Paulo – ACSP, num caso semelhante ao denunciado pelo Diário do Comércio. Em entrevista, a advogada da empresa, Aliçá Ibrahim, contou o inferno a que foi submetida a empresa de cobrança do Rio Grande do Sul, com a ação danosa e de má fé de seu cliente em cobrar de empresas com as quais não mantinha nenhuma relação associativa.

A Centrosul foi contratada em dezembro de 2002 pela “Associação das Empresas do Comércio e Serviços do Estado de São Paulo – AECS-SP” para fazer a cobrança de 400 mil nomes ditos “associados” da entidade. Essas empresas, a Centrosul veio saber 24 horas após a emissão da primeira remessa de boletos bancários, não tinham qualquer ligação com a recém-criada entidade. “Quando chegaram as primeiras reclamações, ainda acreditando na boa fé do cliente, pensamos que se tratava apenas de um lote da lista fornecida pela entidade que estivesse com problema. Como eles não se pronunciaram sobre os casos de reclamação que encaminhamos, resolvemos tomar as medidas cabíveis”, conta a advogada.

Entre essas medidas cabíveis, a Centrosul publicou na Folha de S. Paulo, em 17 de dezembro, uma nota comunicando à praça sobre a cobrança indevida e solicitando aos pagantes que procurassem seu escritório em São Paulo. Segundo a advogada, essas pessoas foram esclarecidas e ressarcidas mediante a assinatura de documento em que comprovava a não-relação associativa com a entidade.

Durante quase 90 dias, a Centrosul mobilizou sua matriz e filiais Curitiba e São Paulo para atender aos queixosos, orientando e explicando as ações de defesa da empresa. Ressarcir todos prejuízos morais e financeiros sofridos até agora pela empresa de cobrança, a advogada considera quase impossível. “No Judiciário, como se sabe, as ações correm de forma morosa. Infelizmente, temos que aguardar a avaliação dos tribunais”, comenta.

Ela conta que a empresa buscou também ajuda dos Procons, do Ministério Público e da própria Associação Comercial de S. Paulo, também lesada neste caso. “Em 24 anos de mercado”, afirma Aliçá Ibrahim, “está foi a única vez que a Centrosul foi surpreendida com uma ação desse gênero”. “Isso nunca aconteceu no Rio Grande do Sul. É típico da praça de São Paulo”, observa a advogada, salientando que ao aceitar o cliente, a Centrosul checou a legalidade dos documentos da entidade, mas não supôs que a mesma apresentasse um cadastro falso.

Obs.: Informações e Denúncias sobre este golpe, devem ser encaminhadas ao SAA – Serviço de Atendimento ao Associado da ACE-Guarulhos, no telefone 6463-9329.