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Melhora a rolagem de dívidas pelas empresas

Guarulhos, 27 de março de 2003

As empresas brasileiras conseguiram recuperar, nos dois primeiros meses deste ano, boa parte dos financiamentos de dívidas contraídas no exterior. De acordo com dados do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, houve uma melhora geral nas taxas de rolagem dos empréstimos diretos e das colocações de papéis de médio e longo prazos feitas pelo setor privado no primeiro bimestre de 2003. São considerados empréstimos de médio e longo prazo todas as operações feitas com prazo superior a 365 dias.

A taxa de rolagem da colocação de papéis, que estava em apenas 4% em janeiro, subiu para 188% no mês passado. Segundo o chefe do Depec, Altamir Lopes, essa subida reflete, basicamente, as captações feitas pelas instituições financeiras ao longo daquele mês. Para os empréstimos diretos, a taxa de rolagem subiu de 29%, registrada em janeiro, para 39%, em fevereiro. Na média, a taxa de rolagem de médio e longo prazos do setor privado passou de 17% em janeiro para 86% em fevereiro. “Em março, a taxa vem no mesmo nível da verificada em fevereiro. Teremos, no fechamento do mês, uma taxa igual ou superior à de fevereiro”, disse Lopes. Técnicos do Depec apuraram, também, uma melhor a nas taxas de rolagem das linhas de comércio.

Nas operações feitas entre bancos, a taxa de rolagem dessas linhas, no período de 10 de fevereiro a 9 de março, foi de 99%. No caso das linhas oferecidas pelos bancos para as empresas, neste mesmo período, a taxa de rolagem alcançou 132%, fazendo com que, na média, a taxa de rolagem dessas operações (banco/banco e banco/empresa) ficasse em 100%. Altamir Lopes destacou que, avaliando apenas a semana de 3 a 9 de março, percebe-se uma melhora no porcentual de rolagem dessas linhas destinadas ao financiamento de exportações, tanto nas operações interbancárias quanto nas oferecidas diretamente às empresas. Nas operações entre bancos, a taxa de rolagem foi de 111% e, com as empresas, de 218%. Com isso, a média d a semana atingiu 113%. “Houve uma melhora razoável, se considerarmos essa semana de março”, disse Lopes.

Renato Andrade