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Saddam diz que vencerá a guerra

Guarulhos, 19 de março de 2003

arteTrajando uniforme militar, o presidente do Iraque, Saddam Hussein, presidiu ontem (18/03) uma reunião conjunta do Conselho do Comando Revolucionário para coordenar a defesa do país do ataque liderado pelos EUA. Ele se reuniu depois com o Ministério e os principais comandantes.

A TV iraquiana mostrou imagens do encontro e transmitiu um comunicado pelo qual Saddam rejeita o ultimato dado pelo presidente dos EUA, George W. Bush.

No comunicado, Saddam disse: “Esta batalha será a última guerra pelo Iraque contra qualquer poder arrogante e a última guerra agressiva lançada pelos EUA contra o mundo. Se Deus quiser, a vitória será nossa e seu inimigo será repelido porque está do lado da falsidade. Deus é Grande.” Mobilizados pelos apelos, milhares de iraquianos saíram às ruas de Bagdá em apoio a Saddam.

EUA têm apoio de 30 países, diz Powell

Segundo o secretário de Estado americano, alguns desses países poderão enviar reforços durante a guerra.

Trinta nações declararam seu apoio aos Estados Unidos numa guerra contra o Iraque e outros 15 países deram reservadamente seu respaldo, garantiu o secretário de Estado Colin Powell. Ainda ontem (18/03), os EUA declararam que vão invadir o Iraque mesmo que Saddam Hussein deixe o país, pois querem apreender as armas de destruição em massa.

Powell disse a repórteres que recebeu garantias de apoio aberto em conversas por telefone com os ministros do Exterior da Dinamarca e Holanda, que foram listados, mas que o presidente russo, Vladimir Putin, reafirmou sua oposição à guerra no Iraque num telefonema com o presidente George W. Bush.

Mas, segundo Powell, a preocupação comum em relação ao terrorismo e a planejada redução de arsenais nucleares “nos une e penso que teremos esse desacordo e seguiremos em frente”.

Ao mesmo tempo, o secretário disse que o presidente iraquiano, Saddam Hussein, até agora rechaçou a exigência de Bush de que ele parta para o exílio, mas que vários países ainda tentam persuadir o presidente iraquiano a deixar o país. Perguntado quando os EUA começarão a guerra contra o Iraque, o ex-general do Exército afirmou que aprendeu “há muito tempo a não fazer previsões”.

O Departamento de Estado divulgou a lista dos 30 países, um dos quais, Japão, sendo identificado como um membro pós-conflito da coalizão.

Os demais membros da “Coalizão para o Imediato Desarmamento do Iraque” seriam Afeganistão, Albânia, Azerbaidjão, Bulgária, Colômbia, República Checa, Dinamarca, El Salvador, Eritréia, Espanha, Estônia, Etiópia, Geórgia, Hungria, Itália, Coréia do Sul, Letônia, Lituânia, Macedônia, Holanda, Nicarágua, Filipinas Polônia, Romênia, Eslováquia, Turquia, Grã-Bretanha e Uzbequistão.

Tropas – O porta-voz Richard Boucher garantiu que alguns deles “podem colocar tropas em campo” enquanto outros desempenharão outros papéis, como assistir as defesas contra o uso de armas químicas e biológicas e permitir que aviões de combate americanos sobrevoem seu território.

Boucher não especificou que países poderiam enviar tropas. Mas é sabido que a Grã-Bretanha já contribuiu com 45 mil soldados, a Austrália ofereceu 2 mil e a Polônia, 200. A Albânia ofereceu 70 soldados para tarefas que não envolvam combates, e a Romênia contribuiu com 278 especialistas não-combatentes em eliminação de minas terrestres, descontaminação química e biológica e polícia militar.

Turquia – A Turquia foi incluída na lista, e Powell disse estar confiante na cooperação turca de uma forma ou de outra, apesar de o Parlamento da Turquia ainda estar debatendo se aprovará a entrada de tropas de combate americanas em seu território.

Powell disse que não participará de um encontro hoje do Conselho de Segurança da ONU no qual o chefe dos inspetores de armas, Hans Blix, apresentará um relatório.