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Bancos públicos começam a criar linhas de crédito

Guarulhos, 24 de fevereiro de 2003

arteOs principais bancos públicos já preparam projetos de novas linhas de crédito para pequenas empresas e cooperativas, atendendo a uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião com os ministros da área econômica e os presidentes do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e do BNDES. O Banco do Brasil deve apresentar em três semanas medidas para ampliar suas linhas de financiamento não apenas para pequenos empresários, mas também para produtores agrícolas e cooperativas.

No ano passado, o Banco do Brasil liberou R$ 7,9 bilhões em recursos para micro e pequenas empresas. Assim que assumiu o banco, aliás, o presidente do BB, Cássio Casseb Lima, afirmou que seu objetivo é atuar junto às micro e pequenas empresas para ajudar o país a criar mais empregos e crescer.

A Caixa Econômica Federal também informou que já está trabalhando para oferecer mais crédito às pequenas empresas. A instituição liberou R$ 3,8 bilhões para micro e pequenos empresários no ano passado, o que representou um aumento de 41% em relação ao valor liberado em 2001.

O maior orçamento deste ano, porém, deverá ser do BNDES: R$ 34 bilhões. Segundo a instituição, em 2002 foram liberados R$ 8,3 bilhões para micro, pequenas e médias empresas, valor 44% superior aos desembolsos de 2001. No caso das cooperativas de crédito, estas são contempladas por meio de organizações não-governamentais e sociedades de crédito a microempreendedores.

A proposta do PT é coordenar a atuação dos bancos federais para não haver sobreposição de funções. Assim, as instituições devem evitar a competição entre elas, o que dificulta sua atuação.

O governo está criando um comitê permanente com diretores da Caixa Econômica, do Banco do Brasil e do BNDES para articular seus investimentos. O BB, por exemplo, ficará mais voltado ao atendimento de micro e pequenas empresas. Apesar de atuar como banco comercial, a Caixa deverá direcionar os recursos para saneamento básico e habitação. O presidente da Caixa, Jorge Mattoso, vem enfatizando o papel social na instituição. Os recursos do BNDES, que se concentrou nas privatizações nos últimos anos, tendem a estar mais voltados para as exportações.

Martha Beck, Enio Vieira e Eliane Oliveira