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Nossa Caixa vai expandir rede através da Facesp

Guarulhos, 20 de fevereiro de 2003

Valdery Albuquerque, ex-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) assumiu nesta quarta-feira, 19, a Presidência da Nossa Caixa, elegendo como uma de suas prioridades a presença do banco em todos os municípios do Estado. E a estratégia principal para atingir este objetivo contempla a intensificação da parceria com a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de São Paulo (Facesp) e Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que gerou o programa AutoCaixa, de correspondentes bancários. “Vamos avançar o convênio com a Federação e dinamizar os correspondentes bancários.”

Crédito – Segundo Valdery, a Nossa Caixa vai imprimir a marca de um banco de fomento de crédito e prestação de serviços, focando sua atuação no varejo, principalmente no servidor público, e microfinanças, que “está além do microcrédito.” No atacado, atenção às prefeituras e na prestação de serviços ligados ao equacionamento da previdência pública municipal, e atração de investidores institucionais. Economista, o novo presidente da instituição substitui Geraldo Gardenali, professor de economia financeira da Fundação Getúlio Vargas, de São Paulo, que ocupou o cargo por oito anos. E recebe um banco saneado, que melhorou a maioria de seus indicadores e que tem sido elogiado pelas agências de classificação de risco internacionais.

Abertura de capital – Albuquerque elencou também como outras prioridades de sua gestão acelerar a abertura de capital da Nossa Caixa e a efetivação das subsidiárias já criadas, mas ainda não atuantes, que vão brigar por segmentos do mercado financeiro. Ele disse que já iniciou as conversações com as consultorias que estão cuidando do processo. Mesmo não querendo se comprometer com prazos, Albuquerque afirmou que, “com certeza”, ainda neste ano, saem as avaliações e modelagens de venda, tanto da alienação de 49% do capital votante do banco quanto das subsidiárias. Para ele, são prioritária as empresas de cartões (crédito, débito e serviços) “que retém clientes” e de previdência, “que traz capitais de longo prazo.”

Venda indefinida – Quanto à venda efetiva dos 49% do capital votante do banco, o novo presidente da Nossa Caixa disse que ainda não há nada definido. Dentre as hipóteses mais comentadas no mercado financeiro, o Estado, controlador da instituição, pode realizar uma venda pulverizada e aberta ao público – assim como nas ofertas da Petrobrás e Vale do Rio Doce -, que era a idéia mais forte inicialmente.

Em bloco – Ou a operação pode envolver blocos de ações. Neste caso poderiam entrar na briga grandes investidores institucionais e estrangeiros. Mas, conforme disse Albuquerque, o modelo ainda está “indefinido.” Até pelo recente exemplo do que aconteceu com a oferta pública de ações do Banco do Brasil, pela ausência dos grandes investidores – o que provocou a suspensão da operação pelo baixo resultado alcançado -, Albuquerque disse que a concretização da operação vai depender “do melhor cenário para a venda, cuidando do patrimônio público.” Segundo ele, a mudança no ambiente do mercado “precisa ser avaliada à luz do que vai ser decidido pela Secretraria da Fazenda (controladora do banco) e o governo do Estado.”

Crédito imobiliário – Albuquerque anunciou que quer habilitar e credenciar a Nossa Caixa como receptora de verbas públicas federais, destinadas ao financiamento imobiliário. Notadamente linhas de crédito oriundas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Nessa área, ele quer repetir na Nossa Caixa a experiência da Caixa Econômica Federal, que recentemente lançou um fundo imobiliário que foi vendido rapidamente. Outra idéia e dinamizar a carteira de letras hipotecárias.

Marcos Menichetti