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Projeto de política industrial para pequena

Guarulhos, 12 de fevereiro de 2003

Em breve, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) enviará ao governo federal projeto de política industrial voltado para as micros e pequenas empresas nacionais.

Entre as reivindicações que serão enviadas ao novo governo, está a criação de uma agência para promover o acesso dos micros e pequenos empresários à inovação tecnológica, de acordo com Alexandre Serpa, membro da Câmera de Desenvolvimento de Micro e Pequenas Indústrias da FIESP.

De acordo com Serpa, que também é diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec), falta informação ao micro e pequeno empresário para participar dos programas de inovação tecnológica já existentes. Ele afirma que as indústrias têm dificuldades de passar pelas etapas dos programas e por isso acabam desistindo antes mesmo de ingressar ao processo. “A agência acompanharia o empresário em todas as etapas do programa até a liberação de recursos”, diz.

Ele informa que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) é a entidade de desenvolvimento tecnológico mais próxima do modelo idealizado pela FIESP para gerenciar os programas de inovação tecnológica. “A demanda seria canalizada pela Fiesp, que ficaria responsável por manter contato com o Ministério da Ciência e Tecnologia para viabilizar recursos”.

Para Serpa, o grande problema é a carência de competitividade tecnológica, considerada fundamental para as empresas ingressarem no mercado externo.

Além da inovação tecnológica, o empresário necessita aperfeiçoar sua gestão. Serpa afirma que a falta de gestão competente é o segundo motivo apontado pela FIESP para o fechamento das empresas. O primeiro motivo é a falta de demanda e clientes.

Outra reivindicação do setor é a redefinição do conceito de micro e pequena empresa. Serpa considera indispensável mudança dos atuais limites de enquadramento das micros e pequenas indústrias ao Simples, sistema tributário que reduz os encargos fiscais e simplifica os processos administrativos. “É necessário estabelecer teto que permita incentivos fiscais para todos”.

Hoje, as microindústrias são aquelas que faturam até R$ 720 mil por ano e, pequenas, as que têm receita de até R$ 1,2 milhão.

Serpa informa que o projeto de política industrial da Fiesp ainda reivindica a busca de crédito mais barato que o sistema de compensação cambial. “As indústrias precisam de capital de giro mais barato. Por isso é necessário minimizar os efeitos cambial e dos juros”, diz.

De acordo com Serpa, a falta de capital de giro e de crédito é o terceiro motivo que mais provoca o fechamento de micros e pequenas indústrias.

Serpa afirma que a formação de cooperativas de compras de insumos evita o estrangulamento das empresas.

Segundo pesquisa realizada pela FIESP, acesso a crédito e a capital de giro e o apoio de uma consultoria foram os fatores considerados indispensáveis para evitar o fechamento das indústrias.

Das cerca de sete mil indústrias filiadas à FIESP, cerca de cinco mil são micros e pequenas empresas.

Regina Maia