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Governo fecha acordo para reduzir preço do álcool

Guarulhos, 06 de fevereiro de 2003

Os usineiros aceitaram cumprir o acordo feito com o governo no qual se comprometem a manter o preço do litro do álcool combustível para o consumidor no patamar máximo de 60% do valor do litro da gasolina.

O acordo foi fechado numa reunião que terminou no começo desta tarde de quinta-feira (06) no Palácio do Planalto, envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e mais de 50 representantes do setor.

Para cumprir o compromisso, os empresários vão antecipar de maio para março a moagem da cana-de-açúcar e reduzir o volume de açúcar exportado. Assim, conseguirão produzir 1 bilhão de litros de álcool a mais neste ano em relação a 2002. Somente a antecipação da safra vai possibilitar um aumento de 600 milhões de litros.

A fim de garantir que a redução no preço chegará à bomba de combustível, o ministério da Agricultura criará uma câmara setorial com todos os membros da cadeia produtiva. Sexta-feira (07), haverá uma reunião do ministério de Minas e Energia, com a a ministra Dilma Roussef (Minas e Energia) e os usineiros, na qual será discutida uma ação de fiscalização com o mesmo objetivo.

O porta-voz da presidência da República, André Singer, disse acreditar que o preço da gasolina também poderá sofrer uma redução como reflexo, já que o produto tem 20% de álcool em sua mistura.

Ele também afirmou que o governo não exercerá qualquer tipo de controle sobre os preços . “O governo não quer usar nenhum mecanismo de punição, de controle ou de restrição ao setor porque prefere que o setor exerça um autocontrole e consiga ele próprio se regular e chegar aos objetivos (redução de preços) que são comuns aos dois”, explicou Singer.

Ele acredita que a queda nos preços deverá acontecer no curto e médio prazos, mas não quis fazer previsões mais objetivas.

Ricardo Mignone