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Faturamento da indústria bate recorde

Guarulhos, 31 de janeiro de 2003

A indústria brasileira deu os primeiros sinais de recuperação no último trimestre do ano passado. O crescimento das vendas no período teve a melhor performance histórica da Sondagem Industrial, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) desde o segundo trimestre de 1998.

A medição mostra que 59% das grandes empresas e 48% das pequenas e médias registraram um faturamento maior. Além disso, a demanda deixou de ser um fator limitador de produção, cuja queda está atribuída a uma tentativa de ajuste de estoques – que estavam muito altos.

“Na média, as empresas deixaram de ter estoques excessivos. Isso quer dizer que há espaço para uma retomada da produção caso a demanda exija”, avalia o coordenador da unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castello Branco.

Ainda assim, as expectativas das empresas para as condições atuais dos negócios em relação aos últimos seis meses ainda são ruins, embora tenham melhorado. A CNI trabalha com uma escala que vai de zero a 100 pontos. Quando o indicador fica acima de 50 pontos é porque a maior parte das empresas respondeu que a situação melhorou. Nos quesitos referentes à economia como um todo e ao setor de atividades da empresa, os indicadores continuaram abaixo de 50 pontos, mas ficaram 31,2% e 18,8%, respectivamente, acima daqueles apresentados na pesquisa anterior.

O levantamento mostrou também que o atual nível de capacidade instalada da indústria nacional, de 75%, é suficiente para absorver um crescimento de 2,8% da economia – conforme prevê o governo – sem que haja pressões inflacionárias.

Entre os principais problemas listados pelas empresas, estão a carga tributária (apontada por 56% das grandes e 65% das pequenas e médias), alto custo da matéria-prima (por 44% das grandes e 46% das pequenas e médias) e taxas de juros (por 45% das grandes e 40% das pequenas e médias).

“Pela primeira vez em muito tempo, a falta de matéria-prima aparece na lista dos 10 principais problemas enfrentados pelas empresas e industriais. Esse pode ser um sinal de aquecimento de demanda”, observa Castello Branco.