Notícias

Presidente do BC quer rigor nos bancos públicos

Guarulhos, 08 de janeiro de 2003

O novo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, defendeu em seu discurso de posse, a manutenção de um comportamento e de uma gestão empresarial para os bancos públicos. Ele disse também que pretende intensificar os trabalhos de fiscalização nessas instituições, para explicitar à sociedade suas reais situações.

Ele reafirmou a disposição de uma fiscalização rigorosa do sistema financeiro que terá “começo, meio e fim”. Segundo Meirelles, um dos desafios do BC será o de aprimorar tanto as informações coletadas no sistema financeiro local, quanto aumentar a transparência das informações domésticas aos investidores externos.

Para ele, o papel do BC na supervisão bancária poderá ser no futuro uma referência para outros países. Ele fez ainda uma referência aos avanços obtidos com o novo Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), área em que “novos esforços serão empreendidos” de forma a popularizar o acesso aos instrumentos financeiros eletrônicos para a população.

Juros e metas de inflação

Meirelles, voltou a afirmar que o ambiente de juros mais baixos com maior crescimento econômico é algo de “extrema importância para o País”, mas que os juros baixos “não são um ato voluntarista do BC”.

“Utilizaremos a taxa de juros para atingir a meta de inflação e o faremos através do arcabouço do regime de metas”, disse Meirelles, enfatizando que não existe apelo ideológico a qualquer modelo, mas que, no caso, este é o sistema mais adequado para o País.

Meirelles disse, ainda, que a forma mais direta e duradoura para se alcançar o ambiente econômico desejado para o Brasil está no claro compromisso com a estabilidade fiscal e monetária e com a perseverança nas reformas macro e microeconômicas.

O presidente disse ainda que pretende simplificar os trâmites relacionados à área cambial de forma a facilitar a integração do Brasil no contexto internacional, e acrescentou que o BC pretende aprimorar as regras e práticas prudenciais do sistema financeiro, inclusive na criação e melhoria dos instrumentos financeiros que permitam uma maior oferta de crédito.

O BC, segundo Meirelles, incentivará ainda as cooperativas de crédito e o acesso do crédito às pequenas e médias empresas.