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Consumidor faz compras pós-Natal

Guarulhos, 30 de dezembro de 2002

Mais a prazo e menos a vista. Os juros altos não desanimaram: oito em cada dez consumidores fizeram compras de Natal com pagamento a partir de 30 dias ou parcelado, dados da Federação de Comércio de São Paulo.

As vendas subiram quase 3% se comparadas ao Natal do ano passado. Mas o resultado, dizem os lojistas, não dá motivos para comemorações.

“O comércio em geral, em São Paulo, cresceu um pouco em relação ao ano passado, mas o ano passado não é uma boa referência, porque foi um ano ruim. Não dá para comemorar, porque é um resultado muito modesto”, afirma Abran Szajman, presidente da Federação de Comércio de São Paulo.

Alimentos e produtos de higiene e de limpeza foram os mais procurados para presentear. A relação de interesse do consumidor esteve diretamente ligada ao preço.

“A compra é de R$ 25 a R$ 30 e isso não é de hoje: no ano anterior, o valor também ficou por aí. Se você levar em conta a inflação do período, na verdade, o valor das vendas este ano foi um pouco inferior”, explica Abran Szajman.

Disposto a gastar menos com cada presente, o consumidor deixou de lado os produtos da chamada linha durável, como eletroeletrônicos ou eletrodomésticos. O crescimento das vendas dessa categoria ficou abaixo da média: apenas 1,48%.

E quanto menores as vendas, maiores as promoções para queimar os estoques. Seis em cada dez lojistas de São Paulo já estão realizando promoções para atrair o consumidor.

Em algumas grandes redes, as liquidações de fim de ano já se tornaram evento de peso, uma estratégia de marketing que, há quatro anos, mantém o movimento em um supermercado de São Paulo, em um período em que poucos estão dispostos a gastar.

Algumas encomendas são negociadas antecipadamente com o fornecedor só para serem vendidas na época da liquidação.

“A idéia é que, nesse período pós-Natal, a gente consiga ter um incremento de vendas, de maneira que cada dia da semana tenha o impacto de um sábado, que é o principal dia de varejo”, conta Marcelo Bazzali, diretor do supermercado.

Ainda de acordo com o levantamento da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, 45% das compras de Natal foram pagas com cartão de crédito. O cartão substituiu o pré-datado, que ficou com uma fatia de apenas 9,57% das vendas a prazo.