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Projeções dos bancos mostram otimismo

Guarulhos, 17 de dezembro de 2002

As projeções dos bancos para o mês de dezembro mostram uma mudança para melhor nos resultados esperados da política econômica, na comparação com as estimativas de novembro, de acordo com pesquisa divulgada pelo economista-chefe da Febraban, Roberto Luis Troster.

Esse otimismo revela uma maior consciência macroeconômica e avanços nas contas externas. O levantamento mostra uma política monetária mais apertada para 2002 e 2003, mas as estimativas antecipam uma redução maior dos juros no próximo ano.

Em média, as taxas projetadas para dezembro de 2002 se mostram 2,40% superiores às estimadas em novembro, e os juros para dezembro de 2003 são 1,47% maiores, fechando 2003 em 19,29%. Ou seja, a curva de juros projetados para 2003 se deslocou 2,40% para cima, e uma rotação para baixo de 0,93%.

Isso reflete as projeções de inflação para o IPCA. Em dezembro deste ano, a estimativa subiu 2,495, enquanto que as projeções para 2003 cresceram 0,88%, terminando o ano a 11%. As perspectivas para o dólar subiram R$0,10 para R$ 3,56 em dezembro de 2002, e R$ 0,04 para dezembro de 2003, quando deverá chegar a R$ 3,67.

Já o resultado externo melhorou com relação à projeção anterior. Segundo o estudo da Febraban, as estimativas mostram um saldo comercial de US$ 12,4 bilhões, ou US$ 0,64 bilhões maior em 2002, e de US$ 15,42 bilhões, ou US$ 0,36 bilhões superior, em 2003, comparado à pesquisa de novembro.

De acordo com a pesquisa, a estimativa do resultado da balança de transações correntes mostra uma queda de US$ 1,70 bilhões em 2002, US$ 1,30 bilhões em 2003, ou seja, um déficit de apenas US$ 6,41 bilhões em 2003.

Um ponto destacado na comparação é o aumento nas estimativas dos investimentos diretos para 2002 e 2003, e que estão estimados em US$ 12,79 bilhões em 2003, mais de US$ 6 bilhões acima do déficit de transações correntes, permitindo que o Brasil aumente suas reservas ou reduza sua dívida externa. Neste mês, as estimativas são US$ 1,27 bilhões maiores que as do mês anterior.

Com relação ao superávit primário, as projeções indicam um índice maior em 2002 e 2003, mostrando um aumento na credibilidade do ajuste fiscal anunciado. O risco Brasil estimado para fins de 2002 e de 2003 indica projeções inferiores no levantamento de novembro.