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Vendas de MPEs aumentam puxadas pela indústria

Guarulhos, 09 de dezembro de 2002

As pequenas empresas tiveram recuperação das vendas em outubro. O faturamento do segmento aumentou 7,8% no mês, em comparação a setembro. O índice é praticamente igual ao de março, o maior do ano (7,9%). Em relação a outubro de 2001, o faturamento médio cresceu 0,2%.

Os dados são da Pesquisa de Conjuntura das Micros e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo (Pecompe), divulgado pelo Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa em São Paulo.

De acordo com a pesquisa, em outubro todos os setores registraram alta no faturamento. As pequenas indústrias cresceram 8,9%, depois da estabilidade registrada em setembro.

Em outubro, os pequenos comerciantes tiveram a maior variação do faturamento em 2002: 7,8% de alta, ante queda de 1,3% em setembro.

Já as pequenas prestadoras de serviços tiveram alta de 6%, a maior variação desde março deste ano, quando o setor registrou elevação de 8,8%.

O comércio e a indústria registraram quatro meses de resultados negativos este ano, enquanto as pequenas prestadoras de serviços tiveram apenas três resultados negativos.

Pedidos incentivam alta

Em outubro, tradicionalmente a indústria atende a pedidos para o comércio do Natal. Além disso, o mês teve dois dias úteis a mais que setembro e o comércio pode ter sido favorecido pelo dia das crianças.

O aumento das exportações, a devolução dos saldos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e o 13º salário também colaboraram para o resultado.

Mesmo com a recuperação, o segmento acumula no ano queda de 15,7% em relação ao mesmo período de 2001. Esse resultado é reflexo dos juros elevados e da queda do poder de compra.

Em outubro cresceram gastos com pessoal ocupado (0,6%) e os gastos com salários (1,5%), na comparação com o mês anterior. Em relação ao ano passado, os gastos com pessoal caíram 7,7% e os gastos com salários tiveram redução de 1,8%.

Cautela

A expectativa para os próximos meses não é muito animadora. Para o Sebrae, a alta da inflação deve pressionar a taxa básica de juros. Por outro lado, o Natal e as férias podem aquecer um pouco o mercado.

A recomendação do Sebrae é adotar uma postura cautelosa, para conviver com um ambiente de alta de custos. É importante reduzir empréstimos, realizar uma gestão de estoques e diminuir o comprometimento do capital de giro, recomenda a entidade.

Também é recomendável reduzir, sempre que possível, a utilização de produtos cujos preços são influenciados pelo dólar, bem como o uso de insumos cujos preços têm perspectivas de aumento nos próximos meses, como energia elétrica e gasolina, por exemplo.