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País cai no ranking de competitividade

Guarulhos, 13 de novembro de 2002

O Brasil caiu no ranking mundial de competitividade publicado anualmente pelo Fórum Econômico Mundial: do 44º lugar em 2001 para o 46º este ano. Preparado por uma equipe da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o relatório comparou a economia de 80 países em várias áreas ” de índices macroeconômicos e nível tecnológico até o funcionamento das instituições públicas e crime organizado ” e concluiu que Brasil e Argentina foram os piores em matéria de desempenho macroeconômico.

A posição do Brasil, atrás de Chile, Uruguai, Costa Rica e México, levou em conta fatores como estrutura do mercado, sofisticação e inovação das empresas e até qualidade do ensino público. Nesse campo (microeconomia), a posição do Brasil caiu do 30º lugar para o 33º. A competitividade dos países também foi avaliada baseada numa pesquisa com 4.800 empresários, entre eles brasileiros.

O relatório lista as “desvantagens e vantagens” competitivas do Brasil. Entre as vantagens, o país obteve boas notas em acesso a crédito (25º lugar), taxa de câmbio real (2º lugar), investimentos estrangeiros e transferência de tecnologia (6º lugar), entre outros. Mas a lista das desvantagens, mais extensa, revela que o Brasil teve o maior spread bancário entre os 80 países; ficou em 75º no custo de importação de equipamento estrangeiro; tem baixa qualidade das escolas e da educação nas áreas de matemática e ciências (48º lugar), além de sistema tributário ineficiente (77º posição). Além do spread, as piores notas vão para desempenho da poupança (69º), “doações políticas ilegais”( 66º), taxa de investimento (68º).

Brasil tem uma das economias mais fechadas

O relatório revela ainda como ponto fraco do país o crime organizado (58º lugar) e o setor informal (64º). O documento concluiu que os EUA são a economia mais competitiva do mundo porque supera a todos em tecnologia e está mais aberta a novos negócios. Entre os latinos, a melhor posição em competitividade é a do Chile: saiu do 27º para o 20º lugar.

Segundo outra pesquisa divulgada, pela Fundação Heritage e pelo jornal “Wall Street Journal”, o Brasil tem uma das economias mais fechadas da América Latina, atrás de Chile, Peru, Bolívia e Argentina. O índice é calculado a partir de 50 variáveis como políticas monetária, fiscal e comercial, intervenção governamental e direitos de propriedade. Pelo nono ano consecutivo, Hong Kong ficou em 1ºlugar, como a economia mais aberta. Entre 156 países, o Brasil ficou em 72º lugar. Segundo o estudo, a economia do país tem problemas estruturais impedindo seu crescimento a longo prazo.