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Comércio fala em inflação de 15% em 2003

Guarulhos, 13 de novembro de 2002

Os preços no varejo da Região Metropolitana de São Paulo continuam em alta e subiram 3,91% apenas na primeira quadrissemana de novembro. No ano, a alta chega a 15,42% e, nos últimos doze meses a 17,98%, o maior nível do ano. A Federação do Comércio de São Paulo informa que a tendência é que os preços continuem a aumentar até o fim do mês e encerrarão o ano com alta em torno de 20%.

Com peso de 31,03% no Índice de Preços no Varejo (IPV), os alimentos ficaram 6,3% mais caros na semana. Os bens não-duráveis tiveram alta de 5,47%, os materiais de construção ficaram 3,98% mais caros e os semiduráveis registraram aumento de 3,04%. O comércio automotivo registrou aumento menor, de 0,11%.

– Não vemos perspectivas. A inflação, que já começa a aparecer nos índices dos institutos de pesquisa em torno de 1%, significam uma taxa anualizada próxima a 15% ao ano. A inflação, medida pelos índices oficiais, dobrou e não deve ficar abaixo de 15% no ano que vem – diz o economista Miguel Supico.

Para Supico, o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva não terá muito o que fazer para conter a inflação. Ele diz que a única forma de conter o índice seria aumentar o juro e o superávit fiscal.

Supico acredita que o governo de Fernando Henrique Cardoso não fez a reforma tributária com receio de perder receita e, agora, só depois de alguns meses da nova gestão é que o mercado poderá ver como essas questões serão manejadas.

– A tensão só vai baixar depois de alguns meses de governo. Por isso, a cotação do dólar não deve cair muito e o risco país deve ficar em torno de 1.800 pontos por algum tempo.