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MPEs exportam menos

Guarulhos, 12 de novembro de 2002

Apenas 2% dos proprietários de micro e pequenas empresas paulistas exportam regularmente. Outros 21% vendem produtos ou prestam serviços para empresas que exportam. Essa dimensão tímida do comércio exterior entre as MPEs foi detectada em pesquisa realizada pelo Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) em São Paulo e divulgada recentemente.

Enquanto 23% das empresas estão direta (2%) ou indiretamente (21%) ligadas à exportação, 36% dos empresários disseram que compram regularmente produtos importados. Outros 4% disseram que não exportam regularmente, mas já exportaram pelo menos uma vez.

Somente 15% desses empresários participam regularmente de licitações e compras dos governos federal, estadual ou municipal. Outros 20% já participaram.

Quando se ouvem as expectativas dos empresários em relação à Alca, os números passam a ser mais expressivos, mas nem tanto. Enquanto somente 2% das empresas paulistas hoje exportam regularmente, o número com a Alca pode aumentar para 9%, conforme a pesquisa feita pelo Sebrae.

Outros 38% pretendem comprar produtos importados regularmente – número muito próximo dos 36% que já importam. E 30% dos pequenos empresários intenciona vender produtos ou prestar serviços para empresas que exportam, acima do atual índice de 21%.

A maior facilidade para exportar produtos para países americanos não preocupa a maioria dos entrevistados: 69% deles dizem que a abertura do comércio não os beneficiará nem os prejudicará. Somente 12% consideram que serão beneficiados; 13% acham que terão prejuízos.

A maior facilidade para importação de produtos de países americanos é vista como prejudicial por 9% dos pequenos empresários. Outros 14% acham que a abertura das importações vai beneficiar as empresas. A maioria dos entrevistados, porém, considera que o maior fluxo não vai nem beneficiá-los nem prejudicá-los.

Com a Alca em vigor, 82% dos pequenos empresários paulistas acham que a empresa terá acesso a uma maior variedade de produtos importados; 66% pensam que esses produtos serão mais baratos; 62% entrevêem maior concorrência com empresas que oferecem produtos mais baratos; e 32% concluem que suas empresas vão ser prejudicadas porque seus clientes, por sua vez, serão afetados negativamente pela entrada em massa de importados.

Mais da metade dos entrevistados (51%) diz que não acredita na concorrência de grandes empresas de outros países americanos em seu setor. Outros 32% acreditam que essa concorrência existirá; para 17%, ela existirá parcialmente.

O trabalho de campo foi feito pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e pela empresa Elmma Market Mirror Serviços. Para a caracterização das empresas do ponto de vista da exportação e importação, foram ouvidos 587 proprietários de micro e pequenas empresas.