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Crédito mais fácil

Guarulhos, 25 de outubro de 2002

arteO ministro do Desenvolvimento, Sergio Amaral, anunciou um conjunto de medidas – algumas já aprovadas, outras dependendo de discussão – para estimular as exportações brasileiras. Em linhas gerais, as propostas têm como objetivo redesenhar a atuação do BNDES no fomento ao comércio externo, simplificar procedimentos e aumentar o apoio às pequenas e médias empresas.

É para empresas desse porte que foram concebidas as duas primeiras medidas listadas por Amaral: a gradual transformação do Proex-Financiamento em um fundo voltado apenas à pequenas e médias empresas e a criação de um fundo de aval, no BNDES, exclusivamente voltado às operações de companhias de pequeno e médio porte.

“Esse fundo será inicialmente operacionalizado pela internet e, em seguida, por um cartão de crédito automático para o exportador, com o objetivo de melhorar as condições de acesso aos recursos e simplificar os procedimento”, explicou Amaral, repetindo um desejo que declara desde o ano passado.

Segundo Amaral, embora o Proex-Financiamento passará a voltar-se somente para pequenas e médias empresas, o braço para equalização de juros do programa será mantido como está, acessível a companhias de qualquer porte.

Amaral disse que outra prioridade é aumentar as operações de financiamento ao comércio exterior feitas pelo BNDES. Por abastecer-se, em grande parte, de recursos do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT), essas operações estão menos sensíveis a restrições orçamentárias.

Em entrevista concedia ao lado do presidente do BNDES, Eleazar de Carvalho Filho, e do diretor financeiro da instituição, Isac Zagury, Amaral disse que as medidas relativas ao banco já estão aprovadas e serão descritas com detalhes amanhã por Eleazar no Enaex.

Já os pontos que fogem à esfera do banco serão submetidos ao conselho da Câmara de Comércio Exterior (Camex), como a unificação das entidades de avaliação de risco ao crédito externo (hoje existem três instituições encarregadas) e o fortalecimento dos mecanismos de garantia de crédito, o que depende de uma negociação com a Corporação Andina de Fomento (CAF) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Segundo Amaral, todas as medidas podem ser implementadas neste ano, mas serão discutidas com o governo de transição a ser formado após as eleições.